Homem com deficiência mental desaparece após fugir de UPA
Mãe do desaparecido acusa a unidade de saúde de negligência
A aposentada Maria do Socorro, de 77 anos, procura o filho desde a última terça-feira (21) quando ele fugiu da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Edson Gabriel Ferreira, de 53 anos, tem deficiência mental e a mãe acredita que ele não teria condições de voltar só para casa.
O paciente deu entrada na unidade de saúde por volta das 5h da terça-feira após uma crise. Ele foi admitido para a ala vermelha, de casos mais urgentes, e, em seguida, para a amarela. Segundo Maria do Socorro, um médico teria dito que Edson precisaria ser transferido.
A idosa, que mora no bairro de Ouro Preto, Olinda, na RMR, pediu para ir em sua casa tomar banho antes da transferência. O médico orientou que ela procurasse a assistente social. "A assistente disse que eu podia ir. A gente trocou os nossos telefones e, qualquer coisa, ela falaria comigo", explica a mulher.
Na volta, Maria do Socorro recebeu a inesperada notícia de que o seu filho havia deixado o local e desaparecido. Acompanhada da filha e da vizinha, a mulher fez buscas pelo filho. Ela também registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Paulista. Maria do Socorro diz ter sido tratada com desdém na UPA, onde já esteve outras vezes desde o desaparecimento. Desesperada, ela tentou forçar a entrada em algumas salas da UPA quando soube do sumiço de Edson.
"Tem três dias que não como. Procurei por ele por todo canto, fui em lugares que nunca fui na minha vida. Não posso olhar para o quarto dele, não posso ver a cama", lamentou Maria do Socorro. Ela, que sofre de pressão alta, chegou a dar entrada no hospital na quinta-feira (23) após passar mal.
Cartazes com a foto de Edson foram pregados na região. Maria do Socorro teme que algo ruim tenha ocorrido ao filho. "Mãe sente certas coisas e eu acho que não vou mais achar meu filho. Ele é minha companhia, tudo que eu tenho.
Por nota, a coordenação da UPA de Igarassu alegou não ter agido com negligência, "uma vez que foi dada à família a opção de estar acompanhando o paciente". Diz também a nota: "Todos os cuidados médicos e de enfermagem foram prestados ao paciente, maior de idade. A unidade recebe uma média de 400 usuários por dia e, por isso, orienta para que pelo menos um acompanhante fique ao lado de seu enfermo, principalmente quando esse não possui capacidade física de realizar procedimentos (como caminhar ou fazer sua higiene) ou cognitiva na tomada de decisões".
Informações sobre o paradeiro de Edson Gabriel Ferreira podem ser repassados nos telefones 3439-1059 e 98817-4394. No dia do ocorrido ele vestia camisa branca, bermuda branca e estava descalço.