Tatu que não conseguia andar ganha "cadeira de rodas"
Ele foi resgatado em uma rodovia com dificuldade nas patas traseiras devido à desnutrição

Um tatu-galinha paraplégico, de cinco meses, foi recebido no Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), no Espírito Santo, para se recuperar e acabou ganhando uma "cadeira de rodas". Ele foi resgatado em uma rodovia com desnutrição, sérios problemas crônicos e dificuldades para se locomover.
O veterinário Luis Felipe Mayorga contou ao G1 que o animal chegou anêmico, desnutrido, com várias doenças e sinais de maus-tratos. Ele constatou que a paraplegia foi decorrente da desnutrição somada às doenças. "Nossa equipe ficou muito comovida. O animal estava fraquinho, indefeso, magro e se não recebesse os cuidados necessários iria morrer logo. Começamos a dar a alimentação adequada e os medicamentos, e a cada semana que passava era uma vitória. Toda semana nós vibrávamos ao ver que ele tinha ganhado peso, que estava mais forte", afirmou Luis Felipe.
Batizado de 'Bolinha', o tatu não consegue mais cavar e entrar em buracos na terra. Para garantir sua autonomia, ele recebeu o auxílio de um 'carrinho' que sustenta as patas traseiras. Agora, ele tem a companhia de outros animais vítimas de maus-tratos. "Independente de voltar a andar ou não, ele vai precisar ficar em cativeiro pelo resto da vida. Isso porque ele não teve tempo para aprender como é ser um tatu. Por não saber comer, se esconder direito e lidar na natureza, se ele for solto vai vir a óbito. Estamos acompanhando o caso para ver se ele melhora, mas isso é incerto", explicou o veterinário.
Os animais que são recebidos no Iema passam por tratamento e após recuperados são encaminhados para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para finalizar o tratamento. Em outros casos, eles são levados ao Centro de Reintrodução de Animais Silvestres (Cereias).