Assange: mais de 70 deputados britânicos pedem extradição
O fundador do WikiLeaks foi detido na quinta-feira na embaixada do Equador em Londres, onde havia obtido asilo há sete anos
Mais de 70 parlamentares britânicos assinaram uma carta na qual pedem ao governo que faça todo o possível para permitir a extradição de Julian Assange à Suécia, caso as autoridades suecas solicitem a medida.
O fundador do WikiLeaks foi detido na quinta-feira na embaixada do Equador em Londres, onde havia obtido asilo há sete anos para fugir de uma ordem de detenção britânica por acusações de estupro e agressão sexual na Suécia – que Assange sempre negou –, um caso arquivado desde então, mas cuja demandante deseja a reabertura.
O australiano de 47 anos foi igualmente detido em relação a um pedido de extradição dos Estados Unidos, país que considera Assange uma ameaça para sua segurança e quer julgá-lo.
Os deputados querem que o ministro britânico do Interior, Sajid Javid, dê prioridade à possível solicitação de extradição da Suécia.
"Escrevemos para pedir que faça todo o possível para apoiar uma ação que garantirá que Julian Assange possa ser extraditado à Suécia, caso a Suécia solicite a extradição", afirma os parlamentares em uma carta enviada ao ministro e compartilhada no Twitter pela deputada trabalhista Stella Creasy.
"Isto permitiria encerrar a investigação sobre uma acusação de estupro e, se for adequado, apresentar acusações e organizar um julgamento", acrescentam os deputados.
Os parlamentares, que afirmam ao mesmo tempo que isto "não pressupõe a culpa" de Assange, consideram que a denunciante deve "ver a justiça acontecer". A carta indica que a acusação de estupro tem um "limite de tempo que expira em agosto de 2020".
Após a detenção de Julian Assange, sua acusadora na Suécia anunciou que pretende solicitar a reabertura da investigação.
"Vamos fazer de tudo para que os promotores reabram a investigação sueca e que Assange seja entregue à Suécia e à justiça por estupro", afirmou sua advogada, Elisabeth Massi Fritz, à AFP.
Assange, que foi apresentado na quinta-feira a um tribunal londrino, poucas horas depois da detenção, foi declarado culpado de fugir da justiça, um delito que pode ser punido com um ano de prisão.
A sentença deve ser anunciada em breve.
O pedido de extradição americano por "hackear" será examinado em uma audiência em 2 de maio.