Busca de consumidores por bancos digitais cresce 120%
Economista explica quais são os pontos positivos e negativos dessa modalidade de serviços financeiros
Uma pesquisa realizada pela plataforma de comparação de produtos financeiros Triunfei mostra que a procura de consumidores brasileiros por bancos digitais cresceu 120% em 2018, sendo registradas mais de 35 mil buscas por instituições como o Nubank e Next.
De acordo com o economista André Malaco, que atua no mercado financeiro há 25 anos, os bancos online preenchem uma lacuna deixada pelos bancos tradicionais ao longo de décadas, durante as quais a burocratização e as taxas elevadas abriram espaço para a criação dessa nova modalidade de serviços financeiros, que tem menor custo e agilidade no processo de contratação de serviços, além de incentivo a inclusão financeira.
“Se aliarmos isso ao exponencial crescimento tecnológico no Brasil, fica evidente que as novas gerações farão cada vez mais uso desses recursos práticos na administração da vida financeira”, acrescenta.
O estudante universitário André Vieira Lobo, 18 anos, optou por abrir conta em um banco online justamente pelo baixo custo que a modalidade oferece. “Eu não tenho salário fixo porque trabalho como autônomo, então eu precisava de um banco sem taxa e também não queria pagar pela anuidade do cartão de crédito, por isso nunca tive conta em bancos tradicionais”, explica.
No entanto, apesar de os bancos digitais serem regulamentados pelo Banco Central (BC), Malaco explica que a modalidade também tem suas desvantagens, como o menor número de locais para realizar saques e a impossibilidade de resolver problemas pessoalmente. Pensando nisso, a produtora de casting Patrícia Lopes, 26 anos, abriu mão da sua conta digital. “Como sou prestadora de serviços, precisei abrir uma conta jurídica e optei por uma instituição tradicional, mesmo com os benefícios da online, porque sinto falta do olho no olho com o gerente”, diz.
Mas a falta do contato pessoal entre o cliente e a instituição financeira não deve ser motivo de preocupação, conforme esclarece Malaco. “Os consumidores podem ficar tranquilos na relação comercial, pois os bancos digitais possuem acompanhamento dos órgãos oficias na condução das suas atividades. Não podemos eliminar todos os riscos, mas desde que o correntista cheque informações como se o banco é regulamentado pelo Banco Central, o dinheiro dele estará seguro”, complementa.