Indiano é confundido com ladrão e agredido na Oktoberfest
De acordo com o conselheiro e integrante do Rotary Club de Blumenau, Roque Heerdt, que acompanha o intercâmbio do indiano, o jovem terá que passar por uma cirurgia de mais de R$ 10 mil por causa de uma fratura causada na mão
Um jovem intercambista indiano de 16 anos foi agredido durante a Oktoberfest, em Blumenau, Santa Catarina. De acordo com a Polícia Civil, o adolescente foi confundido com suspeito de furto de celular. A agressão aconteceu na noite de sábado (20) e foi divulgada nesta sexta-feira (26).
Na segunda (22), um boletim de ocorrência foi registrado. Segundo a Polícia Civil, o caso foi encaminhado para a Corregedoria da Polícia Civil e para a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami). De acordo com o conselheiro e integrante do Rotary Club de Blumenau, Roque Heerdt, que acompanha o intercâmbio do indiano, o jovem terá que passar por uma cirurgia de mais de R$ 10 mil por causa de uma fratura causada na mão. A organização da Oktoberfest disse que prefere "ter todas as informações antes de fazer qualquer declaração".
De acordo com o portal G1, o delegado Cassiano Tiburski, responsável pela delegacia do Parque Vila Germânica, disse que o adolescente foi apontado como suspeito de furtos de celulares por algumas vítimas. "Duas vítimas e uma testemunha indicaram o indiano como alguém parecido com um suspeitos de furto. Quando foram abordá-lo, ele resistiu e os seguranças da festa tentaram imobilizá-lo. Foi dada uma gravata, um mata-leão, e ele foi revistado. Encontraram com ele um celular que parecia ser de uma mulher, tinha uma foto de mulher, e levaram a delegacia", explicou.
Na delegacia, pessoas que aguardavam para fazer o boletim de ocorrência quiseram linchar o adolescente. "Vendo a situação e o rapaz tentando se desvencilhar, resistindo, eu ajudei o segurança e fiz um torção no braço dele. Ele resistiu a ser algemado dentro da delegacia e foi aplicado outro golpe de mata-leão. Eu acredito que ele bateu o rosto no chão, por isso hematoma. Ele não falava português", completou Tiburski.
O delegado disse, ainda, que um policial que fala inglês intermediou a comunicação com o adolescente. Ele se identificou, informou a idade e desbloqueou o celular com um código, indicando ser proprietário do aparelho. A polícia aguardou vítimas de furto para fazer o reconhecimento, mas as testemunhas não apareceram. "Com a informação que era adolescente, ele foi liberado. Depois a família que se identificou como responsável por ele no Brasil veio até a delegacia. Disseram que ele não é violento, reagiu a abordagem porque achou que seria assaltado. Eles quiseram registrar boletim de ocorrência, mas eu disse que teriam que ir no final da fila de registros e eles foram embora", afirmou.
O jovem foi levado pela família responsável por ele para um pronto-atendimento, com a mão inchada. Na segunda-feira, fez raio-X e foram identificada fraturas. "São vários ossinhos que ele vai ter que passar por cirurgia, o seguro do intercâmbio não cobre, por particular ia dar uns R$ 11 mil, então estamos vendo o que vamos fazer", disse o conselheiro da vítima, Roque Heerdt.