Unir álcool e tabaco pode gerar câncer, alerta médico
Orofaríngeo é um dos tumores com maior incidência entre os brasileiros de até 40 anos
Entre os dez tipos de câncer de maior ocorrência no Brasil, o tumor orofaríngeo – localizado atrás da boca e que inclui a base da língua, céu da boca, amídalas e paredes laterais – é um dos tumores com maior incidência entre os brasileiros de até 40 anos. “O vírus HPV possui alta associação com este cenário precoce, em conjunto com outros fatores como o tabagismo e o alcoolismo”, alerta o oncologista Marcelo Salgado. Esse hábito pode resultar no desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço. Além dessa união, a falta de preservativo na hora do sexo também corresponde para o desenvolvimento da doença.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o número de casos relacionados à infecção pelo vírus vem aumentando em homens e mulheres e a sua transmissão ocorre por meio da prática sexual sem proteção, principalmente no sexo oral. É importante destacar que as células encontram-se na superfície da pele e em superfícies úmidas como a vagina, ânus, colo uterino, vulva, cabeça do pênis, boca, garganta, traqueia, brônquios e pulmões.
“O risco do desenvolvimento do tumor maligno entre jovens é grande por conta da liberdade sexual adquirida nos últimos anos”, explica Marcelo. Ainda segundo o especialista, a população feminina é a mais atingida pelo vírus. As pesquisas indicam que cerca de 75% das brasileiras sexualmente ativas terão contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus ocorre na faixa dos 25 anos.
Como detectar?
Os primeiros sinais do tumor podem surgir por meio de feridas na boca que não cicatrizam nos primeiros 15 dias, além do aparecimento de nódulos no pescoço. O paciente pode se queixar também de dor para mastigar ou engolir. O doutor Marcelo Salgado alerta que estes fatores, ligados ao aparecimento de pequenas verrugas na garganta ou na boca, podem revelar um possível diagnóstico com associação ao HPV. Outros sintomas podem estar relacionados à rouquidão persistente, manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca e bochecha, bem como lesões na cavidade oral ou nos lábios e dificuldade na fala.
Jovens e adultos com menos de 40 anos nasceram após o “boom” do HIV e, apesar da divulgação massiva sobre os riscos envolvendo doenças sexualmente transmissíveis, este grupo continua apresentando índices elevados de contágio pelo chamado papiloma vírus humano – conhecido como HPV. “Além disso, a hepatite B e C também são fatores de risco para câncer de cabeça e pescoço, são infecções virais que também podem ser transmitidas em relações sexuais sem precauções", corrobora Marcelo.
Como descrito, o tabagismo e o alcoolismo são, também, principais responsáveis pelo câncer de cabeça e pescoço. Marcelo Salgado aponta que de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 90% dos pacientes diagnosticados com câncer de boca fumavam tabaco. Unir esses dois hábitos num só pode piorar ainda mais, aumentando as chances do desenvolvimento da doença. Vários estudos epidemiológicos demonstram que o consumo combinado de álcool e fumo constitui o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço.
Com informações da assessoria