Juros do cheque especial e do cartão de crédito caem

Apesar da queda, essas modalidades ainda são as mais caras entre as disponíveis nos bancos; recuo pode ser efeito das mudanças na regulamentação

por Nataly Simões qua, 27/06/2018 - 13:33

Os juros do cheque especial caíram em maio, segundo dados do Banco Central (BC). A taxa chegou a 311,9% ao ano, com redução de 9,1 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Os juros do rotativo do cartão de crédito (modalidade para quem paga pelo menos o valor mínimo da fatura em dia) também recuaram, a taxa chegou a 243% ao ano, o que corresponde a uma queda de 5,1 pontos percentuais em comparação a abril.

Em abril, os bancos anunciaram mudanças no cheque especial, porém as novas regras só começam a valer a partir de julho. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que os clientes que utilizarem mais de 15% do limite por 30 dias seguidos vão receber a oferta de parcelamento, com juros menores do que os do cheque especial, definida por cada instituição financeira.

Já no caso do cartão de crédito, em maio, a taxa cobrada dos consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo caiu 39,1 pontos percentuais, atingindo 346,1% ao ano. Com isso, os juros da modalidade ficaram em 303,6% ao ano, com redução de 25 pontos percentuais em relação ao mês anterior.

Apesar da queda nas taxas do cheque especial e do rotativo do cartão, essas modalidades ainda são as mais caras entre as disponíveis nos bancos. A taxa do crédito pessoal, por exemplo, chegou a 114,7% ao ano, com redução de 10,2 pontos percentuais. A do crédito consignado recuou para 25,4% ao ano, com queda de 0,3 ponto percentual em comparação a abril.

O valor médio do juros para as famílias caiu 2,8 pontos percentuais para 53,8% ao ano. A taxa das empresas diminuiu 0,2 ponto percentual e alcançou 20,6% ao ano.

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, as taxas do crédito vêm diminuindo de forma gradual e a redução dos juros do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito pode já ser efeito das mudanças na regulamentação das modalidades.

A inadimplência do crédito para pessoas físicas caiu 0,1 ponto percentual para 5% e para pessoas jurídicas também houve queda de 0,1 ponto percentual para 4,1%. Esses indicadores são do crédito livre em que as instituições financeiras têm autonomia para aplicar dinheiro captado no mercado.

No caso de empréstimos com regras definidas pelo governo, como crédito destinado aos setores habitacional, rural e de infraestrutura, a taxa de juros para pessoas físicas caiu 0,1 ponto percentual para 8% ao ano. Os juros cobrados das empresas teve recuo de 0,4 ponto percentual para 9,2% ao ano.

O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos ficou em R$ 3,107 trilhões em maio, com aumento de 0,5% no mês e no ano. Em 12 meses, o crescimento foi de 1,3%. Esse estoque do crédito representa 46,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Esse percentual se mantém o mesmo desde abril.

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