Religioso 'caça' peças roubadas no Rio Grande do Sul
Em 13 anos, ele já encontrou 15 peças missioneiras no Estado e fez expedição de barco na Lagoa dos Patos para buscá-las debaixo da água
Sob quase todos os olhos, era só mais uma imagem da Imaculada Conceição em gesso. Não para Edison Hüttner, de 52 anos. Ao analisar o item, o irmão marista levantou a suspeita, que se confirmou após tomografia: uma cobertura de três milímetros de gesso e tinta feita em 1914 revestia a versão original da santa, de madeira, de origem jesuítico-guarani e data do século 18.
"Nesse processo de estudo percebemos que atrás do orbe azul, uma lasca fina de gesso que havia se desprendido, por onde foi possível observar madeira", escreveu Hüttner em seu diário.
Em 13 anos, ele - que coordena o Projeto de Arte Sacra Jesuítico-Guarani da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - já encontrou 15 peças missioneiras no Estado e fez expedição de barco na Lagoa dos Patos para buscá-las debaixo da água.
As descobertas ocorrem em um misto de acaso e pesquisa bibliográfica. Em uma escola de Santa Maria, Hüttner achou um São Nicolau missioneiro - recebido com festa em dezembro por São Nicolau (RS), de onde havia sido roubado em 1960. Em outra ocasião, uma imagem foi avistada em um galinheiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.