Empresário é condenado por infectar mulheres com HIV
Segundo sentença judicial, Renato Peixoto Leal Filho mantinha relações sexuais violentas, sem o uso de preservativo e sem informar que era soropositivo
A Justiça do Rio de Janeiro condenou o empresário Renato Peixoto Leal Filho a sete anos de prisão por contaminar mulheres com o vírus HIV de propósito. Soropositivo, o morador da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, foi acusado de manter relações sexuais sem preservativo com duas pessoas com o objetivo de transmitir o vírus. As informações são do Jornal Extra.
Na sentença da juíza Lúcia Regina Esteves de Magalhães, da 19ª Vara Criminal, é colocado que "não restam dúvidas quanto ao dolo do acusado em manter relações sexuais com as vítimas, a fim de lhes transmitir enfermidade incurável sendo certo que o elemento subjetivo pode ser constatado através do modus operandi utilizado, o qual consistia em conhecer as vítimas através de sites de relacionamentos, seduzir as mesmas por meio de falsa promessa de um relacionamento estável e as atrair ao seu apartamento, onde as surpreendia, abordando-as rispidamente, com elas mantendo relações sexuais de forma extremamente violenta, que incluía a prática de sexo anal, prática que facilita em muito o contágio do vírus, não as informando ser soropositivo”.
Durante a investigação do caso, a Polícia Civil coletou vídeos de Renato praticando sexo com as vítimas sem preservativo e depoimentos de testemunhas que relataram ter mantido relações sexuais com o acusado sem serem informadas de que ele era soropositivo. Renato está preso desde julho de 2017, através de um mandado de prisão preventiva.
O caso começou a ser investigado no fim de agosto de 2015, quando a primeira vítima fez a denúncia. Uma jovem de 23 anos que morou com o empresário chegou a procurar outras mulheres que teriam se envolvido com ele para alertá-las. Foram reunidos áudios com ameaças feitas pelo homem e os vídeos em que ele aparece transando sem preservativo.
Em uma entrevista para o Jornal Extra, Peixoto admitiu ser soropositivo e ter transmitido a doença para as duas ex-companheiras. Ele, entretanto, negava a insistência para manter relações sexuais sem preservativo e sem avisar sobre sua condição.