Agência apresenta recomendações a pilotos após tragédia
Comissão Europeia solicitou à AESA que detectasse os erros que permitiram o co-piloto Andreas Lubitz lançar voluntariamente contra os alpes o avião A320 em 24 de março de 2015, matando as 149 pessoas a bordo
A Agência Europeia de Segurança Aérea (AESA) oficializou nesta terça-feira (16) suas recomendações para melhorar o monitoramento médico de pilotos, quase um ano e meio após a tragédia da Germanwings, nos Alpes franceses.
A Comissão Europeia solicitou à AESA que detectasse os erros que permitiram o co-piloto Andreas Lubitz lançar voluntariamente contra os alpes o avião A320 em 24 de março de 2015, matando as 149 pessoas a bordo. O voo fazia a rota Barcelona-Düsseldorf.
Em julho de 2015, a agência emitiu uma série de recomendações que, depois de consultar a indústria da aviação, fazem parte de um documento que deve servir de base para o executivo europeu "fazer propostas legislativas até o final de 2016", segundo um comunicado.
A AESA propõe o reforço dos exames médicos dos pilotos através "da introdução de análises de drogas e álcool, uma avaliação completa da saúde mental" e um melhor acompanhamento em caso de histórico de problemas psiquiátricos.
As propostas prevêem ainda uma melhor formação e supervisão dos médicos que tratam de pilotos, bem como evitar tentativas de fraude, forçando os centros de exames médicos para pilotos a informar sobre exames incompletos.
Em julho passado, a Agência Europeia flexibilizou a sua recomendação sobre a presença constante de dois membros da tripulação no cockpit. A AESA previa examinar esta disposição, recomendada em março de 2015, após um período de um ano. Agora, decidiu "rever o seu conteúdo", após consultar a indústria da aviação, de acordo com um boletim informativo.
A agência agora aconselha as companhias aéreas a considerar caso a caso o risco ligado à presença de uma única pessoa no cockpit. "A avaliação do risco pode ser resumida assim: Até que ponto você conhece sua equipe e controla o risco em sua organização?", declarou à AFP nesta terça-feira uma porta-voz da AESA. Essa avaliação "pode levar o operador a exigir duas pessoas no cockpit em todos os momentos", acrescentou.
O relatório final dos investigadores franceses estabeleceram que Lubitz, de 27 anos, derrubou o avião da Germanwings, do grupo Lufthansa, após se trancar sozinho na cabine.