Roubos crescem e mortes caem em SP
Os estupros tiveram pequena queda nos índices do Estado e alta na capital
O número de roubos e furtos em geral cresceu no Estado e na capital, conforme mostram as estatísticas criminais divulgadas ontem pela Secretaria da Segurança Pública. Em contrapartida, os homicídios, tanto em relação ao número de casos quanto ao de vítimas, continuam a apresentar tendência de queda cada vez mais expressiva. Os estupros tiveram pequena queda nos índices do Estado e alta na capital.
Ao contrário do antecessor, Alexandre de Moraes, que "fatiava" os números, o atual secretário da Segurança Pública, Mágino Alves, divulgou todos os índices criminais ontem.
No Estado, os roubos aumentaram 5,51% em maio, em relação ao mesmo mês do ano passado, com 26.690 casos registrados, ante 25.295. No período acumulado de janeiro a maio, o aumento foi de 4,74%, em comparação com o mesmo período de 2015, com o total de 134.158 casos registrados. Na capital, o aumento foi de 5,33% em maio, com 12.843 casos - haviam sido 12.193 no ano passado. No período acumulado, o aumento foi de 0,56%, passando de 64.915 casos registrados, em 2015, para 65.280 neste ano.
A queda dos homicídios foi mais uma vez destacada por Alves, que elogiou o empenho das Polícias Civil e Militar no combate a esse tipo de crime. No Estado, foram registrados 272 casos em maio, ante 292 em 2015 - queda de 6,85%. Segundo a pasta, esse é o menor número já registrado em toda a série histórica, iniciada em 2001.
O número de vítimas teve queda de 8,55%, de 304 para 278 mortos. Esta é a primeira vez que o número ficou abaixo de 300 mortos. Na capital, foram 64 casos registrados em maio, ante 83 no mesmo mês de 2015 - diminuição de 22,89%. O número de vítimas caiu de 84 para 64, recuo de 23,81%. Na Grande São Paulo e no interior, a tendência de queda foi mantida.
Segundo o secretário, a taxa de homicídios no Estado é de 8,27 casos por 100 mil habitantes. Para o total de vítimas, a taxa é de 8,64. Na capital, a taxa de homicídios é de 7,8 para cada 100 mil habitantes. "São Paulo mostra que está no caminho certo no combate aos homicídios. A queda dos índices significa que vidas estão sendo poupadas", disse Alves.
Sem comentários
Os estupros aumentaram 12,20% na capital em maio, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram 184 casos, ante 164. No período acumulado de janeiro a maio, houve redução de 1 caso: 871, em 2016, ante 872 no ano passado. No Estado, o índice caiu 0,58%: de 687 casos, em 2015, para 683. O período acumulado apresentou aumento de 1,92%, passando de 3.851 para 3.925 casos de estupro.
O secretário, desta vez, preferiu não comentar sobre quais seriam as motivações para os casos. Ele foi criticado após declarar, em entrevista à colunista Sônia Racy, do Estado, que o aumento de estupros poderia estar associado ao desemprego e à crise econômica do País. "Quem me criticou também não apontou quais seriam as causas. Ninguém consegue definir a motivação", afirmou.
Alves ressaltou que a vítima deve procurar a polícia para informar sobre o crime. "Estamos preparando delegadas na Academia de Polícia para aumentar o efetivo das Delegacias da Mulher e também qualificando os policiais. A vítima de estupro deve ser acolhida na delegacia", disse.
Em relação aos latrocínios, o Estado apresentou aumento de dois casos: de 29, em maio do ano passado, para 31 agora. No período acumulado, houve queda de 8,78%: de 148 casos, em 2015, para 135 agora. Em relação ao número de vítimas, houve queda de 7,28%, de 151 para 140. Na capital, o número de vítimas caiu de 14 para 10. No acumulado, a redução foi de 15,38%, com 44 vítimas em 2016.