PF cumpre mandado em residência de engenheiro no Recife
A Operação Terra Arrasada investiga desvios na aplicação de verbas de projetos de reforma agrária
Pernambuco foi um dos alvos da Operação Terra Arrasada, deflagrada na terça-feira (10) pela Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF) e Controladoria-Geral da União (CGU). A operação investiga esquema de desvios na aplicação de verbas públicas federais que deveriam servir para dar apoio a assentamentos e capacitar os assentados para que pudessem produzir dentro de suas terras. A ação abrangeu os estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
No bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife, policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência de um engenheiro agrônomo. Foram confiscados um notebook, dois pen drives, um aparelho celular e dois processos de assentamentos. Todo o material deverá passar por perícias técnicas na Polícia Federal da Paraíba.
Ao todo, a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e dois de afastamento de cargo. Foram suspensos os serviços de Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária (Ates) na Paraíba, geridos pela Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do mesmo estado.
Segundo a polícia, foram encontradas irregularidades nos contratos com a Ates, que funciona em parceria com instituições públicas, privadas, entidades de representações dos trabalhadores rurais e organizações não governamentais (ONGs) ligadas à reforma agrária.
Nas investigações, foram encontradas irregularidades nos processos de chamadas públicas, participação de servidores e de seus parentes na execução dos projetos, pagamentos por serviços não prestados e manipulação de documentos. As possíveis fraudes já movimentaram mais de R$ 80 milhões.
Os investigadores também verificaram que os recursos financeiros eram direcionados a um grupo específico que envolvia algumas cooperativas e não executava parte do que estava no contrato. De acordo com a Polícia Federal, há fortes indícios de que os recursos abasteciam campanhas políticas na Paraíba. Os envolvidos no esquema deverão responder pelos crimes de fraude licitatória, peculato, estelionato e associação criminosa.