Defesa Agropecuária alerta para ameaça da praga das frutas
Fiscalização orienta produtores do município de Santa Isabel, nordeste do Pará, sobre como evitar a disseminação da mosca da carambola, inseto que coloca em risco a fruticultura
A Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), por meio do polo de Santa Isabel do Pará, alerta a população sobre o perigo que a mosca da carambola pode causar à agricultura local. Na região norte do Brasil, o risco de frutos serem contaminados pela mosca é alto. No Pará, os primeiros casos da praga foram confirmados na região do Marajó. Hoje, o município de Breves é o principal reduto do inseto no Estado.
A mosca da carambola é a espécie de moscas-das-frutas que mais ameaça a fruticultura mundial. Por isso, ela é uma série ameaça à agricultura. Os alvos da praga são frutas populares no Pará, como a carambola, manga, laranja, acerola, tangerina, o caju, jambo vermelho etc. Ela surgiu no sul da Ásia. A porta de entrada para a mosca na América foi o Suriname, na década de 1970. Depois de passar pela Guiana Francesa, a mosca da carambola chegou ao Brasil através do município de Oiapoque, no Estado do Amapá, em 1996. O principal meio de contaminação é pelo consumo, pois as larvas podem sobreviver quando os restos dos frutos forem jogados fora, e transporte de alimentos contaminados. Na fase adulta, a mosca tem de 7 a 8 mm de comprimento, a parte superior do tórax é de cor negra, e tem o abdomen marcado por listras negras. Os adultos podem voar por longas distâncias, caso faltem hospedeiros ou alimento.
No Pará, o distrito de Monte Dourado, em Almeirim, foi o primeiro a ter frutas contaminadas. Mas os órgãos de defesa conseguiram inibir os focos. A principal área contaminada pela mosca é o município de Breves, no Marajó. Liduína Chaves, engenheira agrônomo e fiscal agropecuária da Adepará de Santa Isabel do Pará, fala do perigo da praga. “A mosca da carambola chegou ao Brasil pelas Guianas. No Amapá, disseminou. Ela entrou em 2008, em Almeirim. Aí veio para Portel. Há mais de seis meses não encontramos nenhum foco. Só depois de um ano consideramos erradicado. Mas a praga chegou a Breves. A conexão fluvial que Vigia e São Caetano de Odivelas tem com Breves e Oiapoque é a principal ameaça às lavouras de nossa região”, conta a engenheira agrônoma Liduína Chaves.
Para evitar que a mosca da carambola chegue ao Nordeste do Pará, é preciso que a população tome alguns cuidados. O principal é evitar transportar frutos contaminados para outros municípios.
Siga algumas dicas para evitar o avanço desta praga:
- Não transportar frutas contaminadas de regiões infestadas para outras regiões;
- Coletar e enterrar frutas hospedeiras caídas no solo;
- Tratar quimicamente o solo sob as plantas hospedeiras, para matar as pupas existentes;
- Inspecionar as plantações diariamente, a fim de verificar a existência da praga;
- Comunicar aos órgãos de defesa, como Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Pará (ADEPARÁ).
Por Amaro Júnior, do SI News, especial para o LeiaJá.