Sérvio Seselj é absolvido de crimes contra a humanidade

A reação da Croácia não demorou a chegar. O primeiro-ministro, Tihomir Oreskovic, a considerou uma "sentença vergonhosa". "É um fracasso do tribunal de Haia e do Ministério Público", acrescentou Oreskovic

| qui, 31/03/2016 - 11:20
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Foto: ANDREJ ISAKOVIC (Arquivo) o ultranacionalista sérvio Vojislav Seselj é visto na capital Belgrado em 15 de novembro de 2014 (Arquivo) o ultranacionalista sérvio Vojislav Seselj é visto na capital Belgrado em 15 de novembro de 2014

Os juízes do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) absolveram nesta quinta-feira (31) o ultranacionalista sérvio Vojislav Seselj das nove acusações de crimes contra a humanidade e de guerra que pesavam sobre ele, uma sentença considerada vergonhosa pela Croácia. "Com esta absolvição das nove acusações", Vojislav Seselj é "um homem livre", afirmou o juiz Jean-Claude Antonetti.

Seselj, que assumiu sua própria defesa, não era "o chefe hierárquico" das milícias de seu partido e, portanto, segundo o veredicto, não pode ser considerado responsável penalmente pelos crimes cometidos. Os juízes não conseguiram descartar a possibilidade de que os discursos de Vojislav Seselj "estivessem destinados a reforçar a moral das tropas de seu grupo".

O Ministério Público acusava Seselj, conhecido por sua violência verbal, de ter "propagado uma política para reunir todos os territórios sérvios em um Estado sérvio homogêneo, que chamava de Grande Sérvia".

A reação da Croácia não demorou a chegar. O primeiro-ministro, Tihomir Oreskovic, a considerou uma "sentença vergonhosa". "É um fracasso do tribunal de Haia e do Ministério Público", acrescentou Oreskovic.

O Ministério Público afirmou que as vítimas das guerras que devastaram a ex-Iugoslávia nos anos 1990 "ficarão decepcionadas" e acrescentou que examinará a sentença para decidir se recorrerá dela.

Como era esperado, o acusado estimou que os juízes foram "honoráveis". "Depois de tantos julgamentos nos quais sérvios inocentes foram condenados a penas draconianas, houve agora dois juízes honoráveis e justos (...) que demonstraram que o profissionalismo e a honra estão acima das pressões políticas".

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