A agenda da disputa presidencial sugere consensos. No primeiro turno, os três principais candidatos, Marina Silva, Aécio Neves e Dilma Rousseff, abordaram no debate eleitoral temas, desafios e problemas semelhantes. Entretanto, Marina Silva, tentou incentivar os sonhos de uma nova prática política entre os eleitores. Sonhos de um Brasil melhor. Mas, os brasileiros não aceitaram as sugestões da candidata do PSB e ela não conseguiu chegar ao segundo turno.
Aécio e Dilma disputam o segundo turno. Aécio convoca o eleitor para a mudança. Entretanto, para qual mudança? O candidato do PSDB aborda, acertadamente, o tema da corrupção e apresenta as suas meritórias ações quando era governador de Minas Gerais. Aécio mostra os desafios do Brasil: inflação fora da meta e reduzido crescimento econômico. Entretanto, não diz como trará a inflação para a meta e nem apresenta caminhos para a retomada do crescimento.
Dilma fala excessivamente do passado. Ela apresenta as ações importantes da era Lula e do seu governo nos âmbitos da inclusão e proteção social. Porém, a candidata do PT não fala do Brasil do futuro. Assim como Aécio, ela não mostra soluções para a inflação fora da meta e ações para o País voltar a crescer pujantemente. O tema da corrupção é abordado por Dilma. Contudo, soluções para a corrupção na Petrobrás não estão sendo apresentadas. Tanto Aécio quanto Dilma não sugerem caminhos para o futuro do Brasil.
Mudar para onde? Esta deve ser a pergunta do eleitor indeciso para Aécio. E, qual será o futuro do Brasil? Certamente, esta é a pergunta do eleitor indeciso para a candidata do PT. Campanhas eleitorais requerem o uso da emoção e devem prestar contas das ações dos candidatos à reeleição. Mas, não apenas isso. As campanhas eleitorais precisam apresentar caminhos para o futuro. Todos nós queremos saber qual será o nosso futuro.
Em 2015, a inflação brasileira diminuirá, ficará estável ou aumentará? Qual será o crescimento econômico do Brasil nos próximos quatro anos? As empresas estatais e agências reguladoras terão os seus cargos preenchidos em razão do mérito do indicado ou em virtude da importância do partido que lhe indicou? Os empresários serão convocados pelo presidente da República para cooperar com o crescimento econômico? A previdência pública será reformada ou a discussão em torno dela ficará restrita a extinção ou a manutenção do fator previdenciário? Quais serão os meios utilizados para a expansão do ensino superior privado e a qualificação da educação básica?
As respostas para essas perguntas construirão o Brasil do futuro. Mas, se elas não foram dadas pelos presidenciáveis e, em especial, pelo próximo presidente da República, a economia perderá vigor e os programas sociais serão enfraquecidos.
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