Ele só queria carinho

Janguiê Diniz, | qui, 24/04/2014 - 09:01
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Mais um caso de violência contra uma criança chocou o Brasil. Bernardo UglioneBoldrini tinha apenas 11 anos e era visto com muito carinho pelos moradores de Três Passos, cidade do Rio Grande do Sul. No entanto, foi assassinado e enterrado em uma vala.Os suspeitos pelo crime? Pai, madrasta e uma amiga.

Não é a primeira vez que um crime desse tipo assombra a nossa sociedade. Em 2008, Isabella Nardoni, de apenas cinco anos, também foi assassinada pelo pai e madrasta e depois foi arremessada do sexto andar do edifício onde o pai morava, em São Paulo. Um crime hediondo, revoltante e repugnante, que vai contra os valores morais e de respeito à dignidade humana.

No caso de Bernardo, a motivação envolveria uma herança milionária, já que a mãe do jovem faleceu há 4 anos e, de acordo com os relatos, desde então a criança passou a ser tratada como um estranho pelo pai. O que mais impressiona é que o próprio garoto chegou a procurar a justiça e pedir para ter a guarda retirada do pai. A justificativa: falta de atenção e afeto.

O jovem passou 10 dias desaparecido antes de localizarem o corpo. O local foi indicado pela amiga da madrasta, que receberia o valor de R$ 20 mil por sua participação no crime. É impressionante ver que a vida daquela criança, que era tida como um jovem carinhoso, estudioso e de bom coração por todos, valia R$ 20 mil reais. Não apenas a vida dele, mas a consciência dessa senhora, que não hesitou em participar de um crime tão brutal.

A Polícia Civil trabalha com a possibilidade de que a madrasta de Bernardo, tenha decidido matar o garoto porque via nele um concorrente pelo R$ 1,5 milhão em bens do pai do menino e seu marido. Além de considerar que o pagamento de uma futura pensão poderia ser um estorvo nas pretensões financeiras da madrasta – definida pelos moradores de Três Passos como uma pessoa bastante ambiciosa.

No entanto, Bernardo era uma criança. Uma criança que tinha o pai como herói e provavelmente não tinha nem ideia de que tanto a casa quanto a clínica que eram comandadas pai também lhe pertenceriam quando ele atingisse a maioridade,já que ele era herdeiro da falecida mãe e ela era sócia na clínica do então marido e tinha direito aos demais bens.

A amiga da madrasta de Bernardo contou, em depoimento publicado em diversos jornais, que “era muito dinheiro e não teria sangue nem faca, era só abrir um buraco e ajudar a colocar dentro o menino”. No entanto, nenhum dinheiro no mundo justifica tirar a vida de outra pessoa, muito menos de uma criança inocente que queria poder ter um abraço do pai e brincar com a irmãzinha. Tudo o que Bernardo queria era carinho. E tudo o que o Brasil pede, é justiça.

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