Faltam poucos dias para a virada do ano. Intensifico a minha reflexão quanto aos desafios vindouros. E relembro as conquistas dos anos que se passaram. Mas não podemos pensar exclusivamente em nossas conquistas. Precisamos refletir sobre as conquistas coletivas da sociedade brasileira. Não tenho receio em afirmar que o Brasil venceu mais uma etapa do seu desenvolvimento socioeconômico no ano de 2013. Mas, apesar das conquistas, continuamos com imensos desafios.
A permanência desses desafios não significa que ações não foram realizadas pelos governos com o objetivo de findar problemas existentes, ao contrário. O desenvolvimento econômico brasileiro carece de mais investimento do estado. Não sou defensor do capitalismo estatal, mas, prego o investimento público na infraestrutura. Ele provoca o espírito animal do empresariado.
O investimento público deve estar acompanhado da iniciativa privada. As parcerias público-privada estão sendo constantemente implantadas por vários gestores públicos. Tais parcerias precisam continuar a existir, já que, através delas, é possível aumentar a capacidade do investimento estatal e, por consequência, dotar o Brasil de atrações para investimentos privados, inclusive estrangeiros.
O sucesso das recentes concessões de estradas e aeroportos mostra a intenção da presidenta Dilma Rousseff de criar espaços atraentes para o investimento privado. Porém, ressalto, que a presidenta não pode mais permitir artimanhas fiscais. Os gastos públicos, quando necessário, devem ser reduzidos e equilibrados e a transparência dos gastos é princípio fundamental da governança moderna.
A saúde pública brasileira continua a ser um desafio. O Brasil criou o Sistema Único de Saúde (SUS), mas, infelizmente, ele não consegue dar conta das demandas dos brasileiros. Portanto, é absolutamente necessário que o tema saúde pública esteja nos debates da eleição presidencial de 2014. Entretanto, o debate não pode ser simplista, ou seja: mais verbas, melhor saúde. Precisamos discutir a oferta de médicos, a eficiência da gestão dos hospitais públicos, a ampliação do Programa de Saúde da Família e a construção de laboratórios públicos para garantir que todo brasileiro possa ter condições de detectar alguma enfermidade.
A educação é outro desafio permanente. O Brasil avançou, mas ainda ocupamos posições não meritórias nos rankings educacionais. Que tal os presidenciáveis debaterem a federalização do ensino básico? A educação básica requer investimentos nas estruturas das escolas e dos professores. Além disso, PROUNI, FIES e PRONATEC são políticas públicas inclusivas que devem ser ampliadas.
Um Plano Nacional de Segurança Pública também precisa ser feito. O próximo presidente da República não pode mais relegar tal tema ou responsabilizar os governadores pelos altos índices de criminalidade. O fortalecimento das guardas municipais e a ampliação do contingente da Polícia Federal são algumas ações que podem ser tomadas com o apoio do Poder Legislativo.
Reconheço os avanços do Brasil. Mas, os desafios continuam. O ano de 2014 é propicio para a busca de soluções dos problemas apresentados, já que teremos eleição presidencial e, assim, tais temas ficam aflorados. Feliz 2014!