O Dia Nacional de Lutas, ato nacional organizado por diversas centrais sindicais e que levou manifestantes às ruas de todo país foi, em resumo, um fracasso. Em Pernambuco, falou-se, inicialmente, na adesão de cerca de 60 mil pessoas. Chutaram alto e erraram feio. No Recife, por exemplo, estima-se que, no máximo, mil sindicalistas teriam se juntado ao movimento.
O esvaziamento pode ser uma resposta da população para com o descaso do Poder Público diante das inúmeras pautas apresentadas nos protestos realizados no mês passado e que até agora pouco efeito surtiram.
Estamos diante de um governo que tem dificuldade de dialogar entre os seus e esse ruído na comunicação é visto na lentidão em se atender ao pleito popular. Estamos diante de um governo que ostenta trinta e nove ministérios, a grande parte inútil e administrada por figuras igualmente inúteis, e que, ainda assim, não é capaz de controlar a inflação e discutir um novo pacto federativo.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou o Palácio do Planalto há dois anos e meio, mas não foi capaz de levar consigo a política do “empurrar com a barriga”. A presidente Dilma Rousseff não só se graduou na arte do falatório como escolheu a dedo auxiliares que são verdadeiros craques na arte da inércia.
Menos de um mês depois das grandes manifestações que levaram milhões de brasileiros às ruas e avenidas do país, a mídia expõe absurdos como farra das autoridades com os aviões da Força Aérea Brasileira e a falsa surpresa do Governo Federal com a espionagem dos nossos por parte dos Estados Unidos.
O brasileiro cansou de ser feito de bobo. E a resposta a tal ofensa não irá tardar. Os mesmos que lotaram as ruas começam a articular um novo ato, não maior ou menor do que o anterior, mas com um foco diferente. Dessa vez, o povo irá lutar pelo seu maior bem: a sua voz.
De pernas para o ar - E não foram apenas as centrais sindicais que resolveram ir às ruas mostrar sua insatisfação. A TIM, que há muito acumula reclamações dos seus usuários, resolveu “protestar” e deixou seus clientes nordestinos sem sinal durante grande parte da quinta-feira (11). Os atendentes não souberam informar quando o serviço voltaria a ser estabilizado e a empresa, em nota divulgada via Facebook, disse que o fato foi causado por vândalos.
Bate-boca – Fiel escudeiro de Dilma Rousseff (PT), o ministro Aloízio Mercadante (Educação) saiu em defesa do Programa Mais Médicos e comprou briga até com o cardiologista da presidente. Mercadante não gostou das críticas e tratou de alfinetá-lo logo que pôde. Para bom entendedor, o ministro disse ser muito fácil criticar a saúde pública quando se trabalha num dos melhores hospitais do país.
Vista grossa – Reportagem da Folha de S.Paulo de ontem (11) trouxe à tona o que muita gente já sabia: o governo brasileiro tinha total consciência de que estava sendo espionado pelos órgãos de inteligência americana. Agora que um ex-espião da CIA resolveu abrir a boca, o Palácio do Planalto tenta, em vão, endurecer o discurso. É melhor retroceder e adotar o velho clichê lulista: “Não sei de nada”.
Ladeira abaixo – A Celpe é outra empresa que ultimamente não tem dado uma bola dentro. Aumenta a frequência de casos de pessoas eletrocutadas vítimas da falta de manutenção e cuidado com a fiação e ontem, em meio às manifestações organizadas pelas sindicais, os funcionários da energética saíram às ruas para pedir melhores condições de trabalho.
CURTAS
Pianinho – O prefeito de Agrestina, Thiago Nunes (PDT), pode estar com os dias contados. O Ministério Público decidiu investigar, a pedido da ex-prefeita Carmen Miriam, as denúncias de que o pedetista teria utilizado a máquina pública nas eleições do ano passado.
Cobrança – Moradores da Zona da Mata de Pernambuco têm cobrado mais atenção do Governo do Estado para com as rodovias que cortam a região. Segundo eles, a PE-89 é uma das estradas que estão praticamente abandonadas pela gestão estadual e, com isso, proliferam-se buracos e irregularidades no asfalto. Atenção!
Perguntar não ofende: Por que o acúmulo de aposentadorias de Vicente André Gomes não entra na pauta do #vemprarua?
Por Carlos Cavalcanti, interino