Faltam estratégias para o Brasil

Adriano Oliveira, | qui, 01/09/2011 - 16:05
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Colunistas políticos frisam em demasia que a oposição não tem projeto para o país. Complemento: nem a oposição, nem o governo. Mas não posso ser injusto com a História: FHC teve projeto para o país. O Plano Real, as privatizações e o PROER foram instrumentos que mostraram que FHC refletia sobre o futuro do Brasil.

Na era Lula, o imediatismo prevaleceu. Não considero o Bolsa Família como instrumento utilizado para preparar os beneficiados para o futuro. O Bolsa Família é uma ação compensatória. Mas estritamente imediata. Porém, faço justiça a Lula: o PROUNI é um instrumento que contribui para o sucesso dos indivíduos a longo prazo.

Dilma, até o instante, não apresentou um projeto para o Brasil. Ela fala no trem bala. Obra cara, embora necessária. Mas, ressalto, não é prioritária. Dilma expande o Bolsa Família e tem coragem de discutir a possibilidade de aumento da carga tributária. A presidenta vai contra um eleitorado que lentamente se transforma.

E a oposição? Após FHC, os atores da oposição perderam três eleições. Em todas estas, nada de novo foi apresentado. Atores da oposição e da situação sempre propuseram a mesma coisa em sua plataforma de governo. Aliás, após a era FHC, a agenda de desenvolvimento no Brasil é semelhante e antiga.

O que os atores da situação e da oposição pensam sobre a eficiência do estado brasileiro? Como ofertar bens públicos de modo eficiente e eficaz? É possível criar um novo modelo de Previdência Social? Como limitar os gastos públicos? Quais condições devem ser criadas para possibilitar que o setor produtivo enfrente a concorrência comercial chinesa? Qual deve ser o limite da carga tributária? Criar mais universidades públicas, ou investir nas já existentes? A educação básica deve ser prioridade ou não? De que modo a saúde pública pode atender adequadamente aos mais pobres?

Estes questionamentos não fazem parte da agenda pública da situação e da oposição. O debate que prevalece é sobre juros e consumo. E nada mais. Estamos pobres em termos de estratégias de desenvolvimento. E os eleitores, vale salientar, aparentam felicidade e desdenham do futuro.

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