Quartas Intenções - #2

Cristiano Ramos, | qua, 17/08/2011 - 08:50
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Nas quartas-feiras, a coluna Redor da Prosa traz mais intenções do que impressões. Dia de elencar leituras, eventos e outras coisas programadas.

Ler A mulher de vermelho e branco, de Contardo Calligaris, que estará no 9º Festival Recifense de Literatura: A letra e a voz, em mesa que mediarei. O romance (publicado pela Companhia das Letras, 208 págs., R$ 39,00) junta-se a outros recentes, como Se eu fechar os olhos agora, de Edney Silvestre, O senhor do lado esquerdo, de Alberto Mussa, e Alvo noturno, do argentino Ricardo Piglia; neles, uma trama policial é trabalhada dentro de narrativa que explora fronteiras com outros gêneros literários. O começo do livro me animou:

“Como assim?”, perguntei, “o que é uma festa vermelha e branca”?
(...) “Vermelha e branca”, ela respondeu, como se as cores, por si sós, contivessem uma explicação óbvia da festa projetada. E acrescentou, sem piscar nem deixar de voltar ao sorriso forçado entre cada frase: “será uma festa pequena. Só eu e as crianças. Tudo vermelho e branco”.
Um arrepio subiu minhas costas e desceu pelos braços. Estava tudo errado. Tudo, desde o começo.

Ir ao A letra e a voz, que vai do próximo domingo até o dia 28 de agosto.  Nesta edição, o Festival discutirá narrativas que abordam o tema memória, como autobiografias, biografias, romances de formação etc. A programação principal, dos debates, novamente acontecerá no auditório da Livraria Cultura, no Paço Alfândega, Recife Antigo. Entre os convidados, além do citado Contardo Calligaris (no dia 27), estão Joca Reiners Terron (23/08), Julián fuks (24/08), Michel Laub (26/08).

Voltar a comprar a Cult, que, após uma tentativa de se tornar mais pop e menos específica, parece retornar seu entusiasmo à literatura, bem combinada com bastante filosofia. Desistiu de ser uma Bravo! com 33 páginas a menos e somente R$ 1,00 de economia na capa. Na edição de julho, capa da revista foi de Foucault, tema de um dossiê interessante. Mas, não escondo, gostei mesmo foi da entrevista curtinha com o crítico e pesquisador de música Tinhorão:

“Chega de Saudade” vem do tema do filme Sob o domínio do mal, de 1962, de John Frankenheimer, “Desafinado” é igual a uma canção de Gilberto Alves, e “Eu sei que vou te amar” é a mesma melodia de “Dancing in the dark”.
Mas fiz uma descoberta que me deixou muito triste. Descobri que a melodia de “As rosas não falam”, de Cartola, na verdade é de dois caras de jazz. A melodia vem de “La rosita”, de Coleman Hawkins e Ben Wester.

Preparar o programa NotaPE, que será outra parceria com o portal LeiaJá. Coisa anda atrasada, mas ideia aparenta chances grandes de sucesso. Gravaremos talk show em teatro, com plateia, de modo que funcione como televisivo e também como evento sobre temas ligados à leitura, e não só à literatura. E, sim, essa é repetida, intenção que não cumpri semana passada! Ficou a dívida.

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