A nova classe média

Janguiê Diniz, | ter, 09/10/2012 - 16:34
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Os investimentos e as políticas econômicas brasileiras tem surtido efeito. Na última década, o perfil socioeconômico do país mudou – e muito. A principal mudança foi o fortalecimento da classe C, que passou a integrar a classe média.

Pelo menos metade das famílias que moram em favelas e em áreas de ocupações no Brasil pertence à nova classe média, segundo dados sobre renda do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1992, a classe C era composta por 34,96% da população, em 2009 chegou a 50,5% e os dados mais recentes apontam que 53% dos brasileiros estão nessa condição. A classe média é dominante do ponto de vista eleitoral e quando falamos do ponto de vista econômico, ela detém em torno de 46,24% do poder de compra e supera as classes A e B (44,12%) e D e E (9,65%).

A nova classe média representa mais de 100 milhões de brasileiros, um aumento de 37% apenas nos últimos dez anos. Os números indicam ainda que ocorreu uma considerável mobilidade social nos últimos anos, além do avanço da classe média, cerca de 19,3 milhões de pessoas saíram do nível da pobreza. Essa nova classe social cresce cerca de 4% ao ano.

Até pouco tempo atrás, depois de quitar as faturas básicas mensais, essas pessoas não tinham renda para consumir nada além da cesta básica. Hoje, são capazes de comprar sapatos e bolsas, têm acesso à tecnologia e frequentam escolas e faculdades particulares. Tudo graças às mudanças econômicas do país, que elevaram a renda dos brasileiros e injetaram mais R$ 100 bilhões na economia nacional desde 2002.

Vale ressaltar que o crescimento econômico brasileiro beneficiou tanto as classes privilegiadas quanto as populares. A justificativa para essas mudanças está no aumento das oportunidades de emprego e, se falarmos dos trabalhadores já empregados, se justifica nos reajustes nos salários.

Não podemos dizer que o país mudou de perfil da noite para o dia. Essa mudança é resultado de múltiplos fatores, desde a política de estabilização dos preços, passando pelas mudanças demográficas, da educação ao mercado de trabalho. Do ponto educacional, o estudo "Vozes da classe média" elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, apontou que 49% dos jovens filhos que fazem parte dessa nova classe média estudaram mais do que os pais.

São esses mesmos jovens que estão buscando melhorar. Buscam aumentar o grau de escolaridade para garantir melhores salários e desempenhar funções no mercado formal. Aliado a isso, o conhecimento torna esse público mais exigente na hora de consumir. Este é o novo perfil do brasileiro, esforçado, interessado e exigente.

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