Itália e Inglaterra fazem final da Euro buscando redenção
As duas equipes passaram invictas pela fase de grupos
Três anos e meio após o fracasso da não classificação para a Copa do Mundo de 2018, a Itália está a um passo de retornar às glórias.
Reconstruída pelo técnico Roberto Mancini e com uma invencibilidade de 33 jogos, a Azzurra chega à final da Euro com um time que mantém a tradição de ser uma fortaleza defensiva, mas agora com um futebol envolvente e apoiado por jogadores leves, rápidos e de alto nível técnico do meio de campo em diante.
A Itália terá pela frente outra seleção em busca de redenção: a Inglaterra, que aposta em estrelas como Harry Kane, Sterling e Mount para conquistar seu primeiro título na Euro e o primeiro troféu desde a Copa do Mundo de 1966.
As duas equipes passaram invictas pela fase de grupos, a Itália com nove pontos, sete gols marcados e nenhum sofrido, e a Inglaterra com sete pontos, dois gols marcados e também nenhum sofrido.
No mata-mata, a Azzurra despachou a Áustria por 2 a 1 na prorrogação, venceu a Bélgica novamente por 2 a 1 e eliminou a Espanha nos pênaltis, com a cobrança decisiva saindo dos pés do ítalo-brasileiro Jorginho.
O jogador do Chelsea é peça-chave no esquema de Mancini e forma um meio-campo ágil e envolvente com Marco Verratti (PSG) e Nicolò Barella, estrela da Inter recém-campeã italiana.
Com Donnarumma em grande fase no gol e a dupla de zaga Bonucci e Chiellini com a solidez habitual, a Azzurra tem ainda Di Lorenzo e o ítalo-brasileiro Emerson Palmieri, substituindo o lesionado Spinazzola, nas laterais.
Já o ataque deve ser formado pelos pontas Insigne e Chiesa (um dos destaques italianos na Euro) e pelo centroavante Immobile, que vem de partidas discretas no mata-mata.
Inglaterra
A Inglaterra, por sua vez, superou sua histórica carrasca Alemanha por 2 a 0 nas oitavas, goleou a Ucrânia por 4 a 0 nas quartas e venceu a Dinamarca por 2 a 1 na prorrogação nas semifinais.
O técnico Gareth Southgate deve entrar em campo com Pickford; Walker, Stones, Maguire e Shaw; Kalvin Phillips e Rice; Saka, Mount e Sterling; e o furacão Harry Kane no comando do ataque.
A Itália não é campeã europeia desde 1968 e, até a chegada de Mancini, vivia um dos períodos mais difíceis de sua história. Eliminada na fase de grupos nas Copas de 2010 e 2014, a Azzurra sequer se classificou para o Mundial de 2018, tendo perdido a repescagem para uma modesta Suécia.
Mancini, no entanto, assumiu a seleção em maio de 2018 e a levou a seu melhor momento desde o título na Copa de 2006. São 38 partidas no ciclo, com 28 vitórias, oito empates e apenas duas derrotas. A Azzurra não perde há 33 jogos, maior série invicta em sua história, e está a duas partidas de igualar o recorde mundial de invencibilidade, detido por Brasil e Espanha.
Os torcedores estão eufóricos com o desempenho da seleção, a ponto de o governo alertar diversas vezes para o risco de aglomerações em caso de título.
"A partida para derrotar a Covid ainda não foi vencida. Apoiemos os nossos campeões com responsabilidade, recordando as regras de distanciamento e utilizando as máscaras corretamente", disse o ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, no último sábado (10).
O país presenciou algumas das cenas mais dramáticas da pandemia, especialmente em seus primeiros meses, com hospitais em colapso e filas de corpos em cemitérios, mas hoje vive um momento de esperança, com o avanço da vacinação e a derrocada no número diário de mortes.
Foram apenas 12 óbitos no último sábado, e o governo já liberou praticamente todas as atividades e desobrigou o uso de máscaras ao ar livre.
Da Ansa