Atletismo da UNG brilha no Troféu Brasil

Os saltadores Alexsandro do Nascimento e Thiago Julio Souza Alfano Moura conquistaram três medalhas de ouro na competição nacional

por Alex Dinarte qua, 16/12/2020 - 14:00
Divulgação / UNG Salto do atleta Thiago Julio Souza Alfano Moura Divulgação / UNG

A edição 2020 do Troféu Brasil de Atletismo, disputado no último fim de semana na capital paulista, foi de vitória para dois atletas da Universidade Guarulhos (UNG). Sob os comandos técnicos de Neilton Moura, professor do curso de Educação Física, a instituição faturou três medalhas de ouro com os atletas Alexsandro do Nascimento, conhecido como Bolt, e Thiago Julio Souza Alfano Moura.

Na competição nacional, realizada no Centro Olímpico do Ibirapuera, o saltador Alexsandro do Nascimento venceu no salto triplo e no salto em distância. O atleta atingiu a marca de 16,48 m no triplo e 8,16 m na modalidade que mede o alcance do salto livre. Já no salto em altura, a vitória foi de Thiago Julio Souza Alfano Moura, que superou o sarrafo posicionado a 2,27 m do chão.

A preparação

De acordo com o professor Moura, é importante destacar a disposição dos vencedores do último Troféu Brasil de Atletismo. Segundo ele, foram 16 semanas de treinos individuais em casa e outras quatro de preparação em locais que não tinham a estrutura necessária para suprir o treinamento específico das modalidades. "Com muita sorte, a pista de Guarulhos abriu, porque eles realizavam treinamentos específicos numa estrutura de primeiro mundo e aqui na cidade não temos. Não fizemos nenhum treino em uma pista de primeiro mundo. Mesmo assim, o Thiago conseguiu realizar a melhor performance a melhor da vida dele, e o Alexsandro quase a melhor da vida dele no salto em distância", explica o treinador que ainda ressalta as lesões e a luta para não contrair o coronavírus como obstáculos superados pelos campeões.

O atleta Thiago Julio Souza Alfano Moura (à esq.) e o treinador Neilton Moura | Foto: Divulgação / UNG

Segundo Moura, embora nacional, o Troféu Brasil de Atletismo é uma competição reconhecida pelo alto nível técnico. O treinador cita que o torneio tem visibilidade no exterior e que tanto os atletas como ele receberam congratulações vindas de diversas partes do mundo pela conquista. "Só algumas competições muito difíceis como Pan-Americano, Mundial e Jogos Olímpicos, talvez a Liga de Diamantes que reúne os maiores, seriam superiores ao nível do Troféu Brasil", destaca o professor, que assegura não haver o que se preocupar em relação à competitividade dos saltadores. "Eles já competiram em um nível muito importante. Todos os que ganharam têm uma boa experiência internacional, de bons resultados lá fora também", comemora Moura.

Sequência rumo a Tóquio

A interrupção no ciclo olímpico de 2020 atrapalhou o andamento da busca dos atletas pelos índices que os habilitaria à disputa das Olimpíadas de Tóquio. Com o adiamento dos Jogos para 2021, devido à pandemia, Moura conta que é possível seguir trabalhando com foco no que vislumbram Alexsandro e Thiago. "São coisas bem diferentes para cada um. O Thiago busca um objetivo muito difícil de alcançar que, por incrível que pareça e com tantos problemas que foram enfrentados esse ano, ele se aproximou demais da participação nos Jogos Olímpicos, que é o sonho de todo atleta", diz. "O Alexsandro, que já é atleta convocado para a Olimpíada, teve o desafio dele de superar uma lesão nas costas e ainda bem que conseguiu se recuperar, participar do Troféu Brasil e ganhar as duas provas", complementa o treinador.

O atleta Alexsandro do Nascimento, conhecido como Bolt | Foto: Divulgação / UNG

Moura garante estar satisfeito com o rendimento da dupla. "É uma satisfação enorme saber que eles estão prontos para ingressar na fase final de preparação que agora é direta para os Jogos Olímpicos", complementa.

Após a árdua batalha que atravessou a pandemia e chegou até as medalhas de ouro no Troféu Brasil, o técnico lembra que já programou a folga dos atletas antes de retornar às atividades do ciclo olímpico. Segundo Moura, embora haja motivação para alcançar a plenitude e disputar a Olimpíada, a mente dos competidores de alto nível precisa de descanso. "Quando se compete em um nível tão elevado, por melhor preparado que esteja, o desgaste psicológico é gigante. Tão importante quanto treinar é se recuperar dos treinamentos e das competições não só fisicamente, mas mentalmente também", finaliza o treinador.

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