CBF libera R$ 36 milhões para socorrer futebol
O repasse mais recente do pacote de socorro teve início na última terça-feira (7), com o repasse de cerca de R$ 15 milhões para equipes das Séries C e D do Campeonato Brasileiro, além dos times femininos das duas divisões nacionais
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai liberar R$ 36 milhões em recursos para clubes, árbitros e federações estaduais enfrentarem a perda de recursos causada pela pandemia do novo coronavírus. O repasse mais recente do pacote de socorro teve início na última terça-feira (7), com o repasse de cerca de R$ 15 milhões para equipes das Séries C e D do Campeonato Brasileiro, além dos times femininos das duas divisões nacionais.
Com arrecadação recorde de R$ 957 milhões no ano passado, a CBF vai acudir neste momento de paralisação do calendário 160 equipes masculinas e femininas. Somente a Série A não teve até agora nenhuma medida anunciada. No restante, os times da Série B receberam cada um R$ 600 mil pelo adiantamento das cotas de televisão e as demais divisões nacionais terão acesso aos valores pelos próximos dias.
"O nosso objetivo é contribuir para a redução dos efeitos da crise sobre clubes, atletas e federações. Seja com os apoios emergenciais que estamos realizando, seja com a manutenção dos investimentos para que o futebol retome sua normalidade, no menor prazo possível", disse ao Estado o presidente da CBF, Rogério Caboclo. "A maior contribuição da CBF será manter a estabilidade das competições previstas no calendário, garantindo aos clubes o cumprimento de seus contratos de patrocínio e direitos de transmissão, além das receitas da bilheteria. Temos confiança em superar esse desafio", completou.
O pacote de medidas inclui também mais R$ 120 mil para cada uma das 27 federações estaduais. Os árbitros também serão beneficiados. Sem poderem receber pelos jogos em que apitam, os 486 membros do quadro nacional vão receber ao todo R$ 900 mil. Outra parcela do auxílio é a isenção aos clubes do pagamento de taxas de registro em transferência. Essa medida vale por tempo indeterminado e pela estimativa da CBF vai gerar das equipes uma economia de R$ 4 milhões nos três primeiros meses.
O calendário sem previsão de retorno e as receitas em queda para os clubes fazem a CBF não descartar outras medidas. A entidade tem discutido com o governo federal propostas para os clubes não demitirem funcionários, negocia com o mercado financeiro a criação de linhas de crédito específicas para os times e promete manter o investimento de R$ 80 milhões neste ano para os campeonatos das Séries C e D.
Os beneficiários de grande parte dos recursos respiram um pouco mais aliviados. Cada time da Série C receberá R$ 200 mil. Na Série D, a divisão é por R$ 120 mil para cada participante. Os valores foram definidos de acordo com a média de dois meses de folhas salariais para atletas das competições. No futebol feminino, quem está na elite ganhará R$ 120 mil. Já os participantes da segunda divisão receberão R$ 50 mil.
"A ajuda não vem para resolver os problemas, vem para dar uma força, para amenizar um pouco a situação", disse ao Estado o presidente do Novorizontino, Genilson Santos. Participante da Série D, o time do interior paulista já sabe o que vai fazer com os recursos. "Vamos deixar única e exclusivamente para uso durante o Brasileiro para jogadores e funcionários", explicou.
Integrante da Série C, o Ituano é outro que tem enfrentado dificuldades nesse período sem jogos. "Com a paralisação dos campeonatos, está interrompido o fluxo de receitas. Seja por bilheteria, por cota (de televisão), por patrocínio e qualquer outra forma. É uma ajuda boa, muito bem-vinda, em boa hora", disse o gestor do clube, Paulo Silvestri.
Até mesmo as 27 federações estaduais pelo Brasil têm sofrido. Grande parte dos recursos delas depende das taxas de realizações de jogos. Em média, 5% da renda bruta com a bilheteria de partidas de qualquer competição é encaminhada para as federações. "Paramos de receber recursos e tivemos de dar férias coletivas para os funcionários. O nosso caixa fica complicado porque não há qualquer tipo de movimentação nos clubes. Qualquer dinheiro nos ajuda", disse o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury.