'Se a gente vai às 3 finais, eu vou ser auxiliar de Tite'
Roberto Fernandes acredita que manter o Náutico 100% em todas as competições é algo fora de seu alcance
A vitória que o Náutico 'deixou escapar' contra o Altos-PI começa a fazer a diferença contra o próprio time na Copa do Nordeste. Perder para o Bahia na Arena Fonte Nova não seria um resultado tão ruim se o Timbu não estivesse na atual condição de somar apenas um ponto em três rodadas. Entretanto, na partida desta quinta-feira (22), o técnico Roberto Fernandes viu um desempenho até positivo de seus atletas.
"Foi um jogo bem equilibrado. Se comparados os momentos das equipes, não foi retratado dentro de campo. Antes do gol, tivemos três oportunidades. Porém é o detalhe que faz a diferença. Jogando fora de casa, levamos no contra-ataque. O Bahia fazendo mais faltas que a gente, tivemos a chance de interromper eles no lance do gol e pagamos caro. Depois foi na bola parada, fica difícil. Um jogo como esse é exceção, coloco como o adversário mais qualificado que o Náutico enfrentou na temporada. Mais atentos, poderíamos sair até com um empate", comentou.
Tendo agora a necessidade de vencer os três jogos restantes, o comandante se mostra muito tranquilo com uma possível eliminação. Mesmo deixando claro que, pensando uma partida por vez, ainda pode ver o Timbu avançando no Nordestão. Começando pelo próprio time baiano, dia 10 de março, na Arena de Pernambuco.
"Estamos tranquilos com isso. Quem quer muito trás de casa, fica sem nada. O Náutico começa a temporada com o menor orçamento dos últimos 10 anos, reestruturando do zero, jogando três competições. Se a gente for para final nas três eu vou ser auxiliar de Tite, no mínimo. Restam três jogos e de véspera eu não morro. Se a gente vence eles (Bahia), seguimos vivos. Aí vamos pensando no Botafogo, e por último o Altos", disse Roberto.
Quanto aos pontos teoricamente perdidos, o treinador resolveu dar um choque de realidade em sua resposta. Ele apontou a força de investimento de cada clube como motivo para ser tão difícil encarar uma equipe que não tem tanta tradição no futebol quanto o Náutico.
"O torcedor, a imprensa, generalizando, estão acostumados com o futebol pernambucano de outros momentos. Hoje só temos uma equipe na Série A e duas na C, não me recordo de um ano sem nenhuma equipe na B. Alguns anos atrás, era uma obrigação vencer o Altos. E se te disser que eles têm a mesma folha que nós? E que eliminaram o Atlético Goianiense na Copa do Brasil? Deu uma nivelada, o momento do futebol local levanta adversários que eram vencidos facilmente por igualar vários aspectos", explicou.
Mal podendo descansar, o time alvirrubro terá pela frente mais uma semana de jogos separados por poucos dias. Incomodado, Fernandes não se conteve e criticou o calendário montado para o Timbu. Em uma temporada na qual o Timbu tem um orçamento apertado, a vantagem econômica da Copa do Brasil irá fazer com que a equipe seja voltada para o torneio nacional. O que implica em, mais uma vez, um time inteiro de reservas no Pernambucano.
"O Náutico está indo para a terceira sequência do ano com jogo dia sim, dia não. Se fosse um país sério, isso não poderia acontecer. Não sei onde vai parar, sei que eu vou ter um desgaste grande, pois não há sequência. Dentro do Campeonato Pernambucano, o Náutico é líder e classificam oito. Na Copa do Brasil há a condição financeira, e temos a chance de chegar numa quarta fase. Não é difícil saber qual será a nossa prioridade", afirmou o treinador do Náutico.