Após provocação, Botafogo não cederá o Engenhão para final
Comemoração provocativa do flamenguista Vinicius Junior, no último sábado, irritou a diretoria alvinegra
| ter, 13/02/2018 - 15:13
O Botafogo divulgou nota oficial nesta terça-feira para informar que não vai ceder o Engenhão para o jogo entre Flamengo e Boavista, marcado para o próximo domingo, pela final da Taça Guanabara, o primeiro turno do Campeonato Carioca.
E, curiosamente, o clube ressaltou que a negativa em ceder o estádio que administra para o confronto ocorreu exclusivamente por causa da comemoração provocativa do flamenguista Vinicius Junior após fazer o terceiro gol da vitória por 3 a 1 sobre os botafoguenses, no último sábado, em Volta Redonda, pela semifinal desta fase do Estadual.
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Ao festejar no último final de semana, o jovem atacante fez o gesto do "chororô", em alusão ao fato de que o Botafogo ganhou a fama de time "chorão", em provocação dos torcedores rubro-negros que acusam o rival de reclamar seguidamente de atuações da arbitragem em clássicos decisivos no qual o Flamengo levou a melhor sobre os alvinegros.
"A decisão foi tomada unicamente em função da comemoração de gol do atleta adversário, praticando - no entendimento dos botafoguenses - desrespeito à Instituição Botafogo, que é representada pelos seus atletas, sócios e torcedores", justificou o Botafogo no segundo dos cinco itens da nota oficial que publicou nesta terça-feira.
Antes disso, no primeiro item da nota, o clube assegurou que a decisão de não liberar o seu estádio para a decisão da Taça Guanabara não tem relação com o valor estabelecido pelo Conselho Arbitral da Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj) para o aluguel do Engenhão neste Campeonato Carioca, que é de R$ 100 mil para jogos de um clube grande contra outro de menor expressão e de R$ 200 mil para clássicos.
Já nos três itens seguintes da nota, o Botafogo reclamou do fato de Vinicius Junior ainda não ter se desculpado pela sua comemoração provocativa, que o clube destacou que poderia ter gerado atos violentos entre jogadores e torcedores.
"Passaram-se os dias e até hoje não houve uma manifestação, quer do jogador, quer do clube, se retratando do episódio. Pelo contrário, repercute ainda mais o gesto. Este jogador é empregado do clube adversário e, como tal, deve respeitar a ética profissional. O fato deve ser analisado muito bem. Um ato deste tipo pode provocar a violência entre os jogadores e torcedores. Queremos a paz e o respeito dentro e fora de campo", afirmou o Botafogo nestes três itens finais da nota.
FERJ VÊ CLUBE 'SE APEQUENAR' - Após saber da posição do Botafogo em relação à final da Taça Guanabara, a Ferj também se manifestou por meio de uma nota oficial, no qual acusou o clube de "se apequenar" ao justificar o veto do uso do estádio com a comemoração provocativa de Vinicius Junior.
"A Federação de Futebol do Rio de Janeiro soube informalmente do posicionamento atribuído ao Botafogo, mas acredita que os passos serão revistos. O que será uma medida sensata para o próprio clube, que não pode se apequenar diante de uma irreverência isolada de um jovem atleta, no auge da emoção de um gol e irreverência que certamente não parece representar a postura do Clube de Regatas Flamengo, principalmente num momento em que os presidentes e as instituições estão em fase de entendimento", escreveu a Ferj, que em seguida concluiu: "Imaginação diversa não condiz com as tradições desses clubes e atinge o Botafogo, o Flamengo, o campeonato e os torcedores, já tão distantes dos estádios".
Com o veto botafoguense aos flamenguistas, a tendência é a de que a decisão da Taça Guanabara, domingo, às 17 horas, seja confirmada para o estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, mesmo palco da semifinal realizada no último sábado.