Fifa teme gritos homofóbicos na Copa das Confederações
A secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura, reforçou que medidas drásticas, como encerrar o jogo, poderão ser tomadas pela arbitragem em caso de atitudes homofóbicas ou racistas nas arquibancadas
A secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura, admitiu nesta sexta-feira (16) que gritos homofóbicos são uma das preocupações da entidade durante a disputa da Copa das Confederações, na Rússia. E reiterou que as medidas antidiscriminação, anunciadas nesta semana, poderão ser utilizadas nestes casos.
"Os fãs precisam entender que vão ameaçar o jogo de futebol se eles se recusarem a respeitar sistematicamente o fair play", disse a dirigente, em entrevista coletiva prévia ao início da competição. No sábado, a anfitriã Rússia vai abrir a Copa das Confederações diante da Nova Zelândia, em São Petersburgo.
Ela reforçou que medidas drásticas, como encerrar o jogo, poderão ser tomadas pela arbitragem em caso de atitudes homofóbicas ou racistas nas arquibancadas. "Se as punições e a educação não funcionarem, aí teremos que ir mais longe", alertou a dirigente.
Em relação aos gritos homofóbicos, a maior preocupação está em jogos do Chile e do México, com histórico de punições. Juntas, as federações dos dois países já sofreram 17 punições pela Fifa nas Eliminatórias. Com frequência, em jogos destas seleções os torcedores gritam "bicha" segundos antes da cobrança de tiro de meta por parte dos goleiros adversários. "É exatamente este o objetivo das medidas antidiscriminação", declarou Samoura.
Além dos dois países latinos, a própria anfitriã Rússia é motivo de preocupação por parte da Fifa. Jogos dos campeonatos nacionais são alvos com frequência de mensagens racistas e de extrema-direita nas arquibancadas. Foram 89 incidentes ao longo da última temporada.
"Somos gratos à Fifa. Com grande satisfação, damos as boas-vindas a esta decisão de adotar um sistema mais severo", afirmou Vitaly Mutko, vice-primeiro-ministro russo e presidente do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2018. Porém, ele ressaltou que casos de racismo não são recorrentes no futebol russo.