Amor ao futebol se equivale a estar apaixonado, diz estudo
Cientistas da Universidade de Coimbra analisaram as reações do cérebro de torcedores fanáticos
Falar que o futebol é a paixão nacional não é novidade. Mas, e se alguém decidisse provar, por meio de estudos, que o amor dos torcedores pelos seus clubes é tão grande quanto pelos seus parceiros ou parceiras? Foi o que decidiram fazer três cientistas da Universidade de Coimbra. Catarina Duarte, Miguel Castelo-Branco (coordenador) e Ricardo Cayolla estudaram o cérebro de 56 apaixonados pelo futebol português e o resultado é bem interessante.
O estudo pretendia analisar as reações da mente para estímulos relacionados aos clubes os quais torcem os participantes (54 homens e duas mulheres), em sua maioria fãs do FC Porto e Académica. Foram apresentados vídeos neutros ou intensos, tanto positivos, quanto negativos para identificar os sentimentos.
"Foi observada a ativação de circuitos cerebrais de recompensa que são semelhantes aos ativados na experiência do amor romântico. Em particular, os circuitos de memória emocional são mais recrutados pelas experiências positivas do que pelas negativas", contou o coordenador da pesquisa à revista especializada em neurociência, SCAN.
Aparentemente, quanto mais fanático é o torcedor, mais intensas as sensações dentro da cabeça. Algo que se assimila nas relações humanas. Quanto mais se gosta do parceiro, maior o efeito que ele causa na vida da pessoa apaixonada. "Curiosamente, quanto maior o score de paixão clubística medida psicologicamente, maior é a atividade em certas regiões do cérebro associadas a emoções e recompensa, algumas semelhantes às envolvidas no amor romântico", disse Ricardo Cayolla.