Brasil vence a Colômbia no Jogo da Amizade

Partida amistosa arrecadou fundos para os familiares das vítimas do acidente aéreo da Chapecoense

qua, 25/01/2017 - 23:10
VANDERLEI ALMEIDA/AFP Apenas atletas que jogam no Brasil participaram do jogo VANDERLEI ALMEIDA/AFP

Desde que o Jogo da Amizade foi anunciando, no fim do ano passado, o técnico Tite vinha dizendo que o resultado do campo era o que menos importava. Havia um propósito nobre na partida entre Brasil e Colômbia - arrecadar fundos para os familiares das vítimas do voo da Chapecoense e agradecer o carinho dos colombianos em meio à tragédia. O aspecto solidário da partida foi alcançado, mas faltou torcida nas arquibancadas do Engenhão, nesta quarta-feira (25) à noite, e um pouco de futebol dentro de campo.

Ao todo, 18.695 pessoas foram ao estádio da zona norte do Rio assistir a seleção brasileira vencer a Colômbia por 1 a 0. Muitos clarões puderam ser vistos no remodelado estádio utilizado pelo Botafogo, algo bem diferente do que acontece nos jogos válidos pelas Eliminatórias da Copa, nos quais a torcida geralmente comparece em peso.

O público presente fez sua parte. Antes do jogo, com as luzes do estádio apagadas e apenas com um grande símbolo da Chapecoense iluminado no gramado, os torcedores aplaudiram de pé os jogadores Alan Ruschel, Neto e Jackson Follman, do time catarinense, e o radialista Rafael Henzel, todos sobreviventes do desastre aéreo. Eles receberam uma homenagem dos chefes de delegação de Brasil e Colômbia e cantaram juntos os hinos nacionais.

Quando a bola rolou, o que se viu foi uma seleção diferente da habitual e sem muita inspiração. Formado apenas por atletas que atuam no País, com um único treino preparatório e com jogadores ainda longe de sua melhor forma física, o Brasil foi um time burocrático, que optou por toques curtos e pouca verticalidade. Nem de longe foi o time que devolveu o encanto à torcida no segundo semestre do ano passado.

Tite sabia que seria dessa forma, mas aproveitou a partida com a Colômbia para observar mais de perto o comportamento de jogadores que poderão fazer parte do grupo para as próximas partidas das Eliminatórias.

Dois deles se destacaram. Lembrado por Tite em entrevistas no ano passado, o zagueiro gremista Pedro Geromel foi titular durante toda a partida e demonstrou a segurança habitual, além de dar qualidade na saída de jogo do Brasil.

Mas o principal nome na partida foi o meia palmeirense Dudu. Jogando aberto pelo setor esquerdo, o jogador criou as melhores jogadas ofensivas do Brasil e foi o autor do gol da vitória, marcado de cabeça no primeiro minuto do segundo tempo.

Na metade final do segundo tempo, Tite colocou Luan na vaga do mais que discreto Diego Souza, e Camilo na vaga de Dudu. O Brasil ganhou velocidade e passou a assustar o gol de González. O placar, contudo, não foi mais mexido. Nem precisava. Afinal, o próprio Tite sempre disse que o resultado era o que menos importava.

Mas, independentemente do peso esportivo do jogo desta quarta, Tite ampliou para sete vitórias em sete jogos o seu ótimo início de passagem pelo comando da seleção brasileira, que voltará a jogar pelas Eliminatórias da Copa de 2018 em 23 de março, quando enfrentará o Uruguai, fora de casa, com o objetivo de ampliar ainda mais a sua liderança no qualificatório sul-americano para o Mundial - hoje tem quatro pontos de vantagem sobre os uruguaios, vice-líderes.

FICHA TÉCNICA:

BRASIL 1 X 0 COLÔMBIA

BRASIL - Weverton; Fagner, Geromel, Rodrigo Caio e Fábio Santos (Jorge); Wallace, William Arão (Rodriguinho), Lucas Lima (Gustavo Scarpa) e Dudu (Camilo); Robinho (Diego) e Diego Souza (Luan). Técnico: Tite.

COLÔMBIA - González; Bocanegra, Felipe Aguilar, Tesillo e Díaz (Balanta); Abel Aguilar (Cuellar), Uribe, Macnelly Torres (Montoya) e Copete; Teo Gutiérrez (Berrío) e Borja (Rangel). Técnico: Jose Pekerman.

GOL - Dudu, a 1 minuto do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS - Abel Aguilar (COL); Geromel e Lucas Lima (BRA).

ÁRBITRO - Jorge Ignacio Baliño (ARG).

PÚBLICO - 18.695 torcedores.

RENDA - R$ 1.219.675,00.

ESTÁDIO - Engenhão, no Rio.

COMENTÁRIOS dos leitores