Barça nega evasão e questiona processo
Clube catalão negou ter cometido qualquer crime na transação para contratar Neymar
A diretoria do Barcelona veio a público nesta sexta-feira para rebater a decisão do juiz Pablo Ruz de abrir processo contra o clube catalão, o presidente Josep María Bartomeu e seu antecessor, Sandro Rosell, sob a acusação de fraude fiscal na contratação do brasileiro Neymar.
Em nota oficial, o Barcelona negou ter cometido qualquer crime na transação para contratar o então atacante do Santos. "O clube não concorda com a decisão, como indicam os argumentos apresentados na defesa e que explicam detalhadamente que não está certo que tenha havido algum delito", registrou a atual diretoria catalã.
Apesar de não haver nenhuma decisão concreta sobre o caso, o clube avisou que apresentará recurso contra o juiz. Pablo Ruz acatou denúncia do Ministério Público espanhol e abriu processo contra o Barcelona. O início do processo é o último passo antes do julgamento do caso.
A decisão de abrir processo acontece um mês depois que o MP apresentou a denúncia. Para o Barcelona, a velocidade com que o caso está sendo tratado gera desconfianças. "Será objeto imediato de denúncia por parte do clube a anormal rapidez com que estão sendo executados os trâmites judiciais. Uma rapidez que não respeita os ritmos processuais, nem as garantias das partes envolvidas", criticou o Barcelona, que atacou também a atuação do juiz diante da imprensa.
"Causa estranheza e insegurança que o juiz, denunciado como incompetente para julgar este caso pelos advogados do clube, despache suas decisões diretamente para a imprensa", escreveu a diretoria do time espanhol. "O clube tem sido especialmente cuidadoso com este assunto até agora."
Por fim, o Barcelona afirmou que não "tolerará situações como esta" e, numa mensagem aos torcedores e sócios, avisou que este "assunto espinhoso" será tratado somente na esfera jurídica", sem afetar o rendimento do time dentro de campo ou a imagem do atacante brasileiro.
Ao anunciar sua decisão de abrir o processo contra o Barcelona e seus dirigentes, o juiz Pablo Ruz afirmou que Bartomeu e Rosell criaram uma trama "com a intenção de ocultar o custo real do jogador". Segundo o juiz, Neymar custou ao menos 83,3 milhões de euros (cerca de R$ 275 milhões) aos cofres do clube catalão, e não 57 milhões de euros (R$ 188 milhões), como foi divulgado inicialmente pela diretoria do Barcelona.
Na sua avaliação, a operação causou prejuízos ao clube, por não direcionar aos seus cofres o valor exato da transação, e à receita federal espanhola, por recolher menos impostos que o devido.