Nobre critica o São Paulo e pede união dos clubes
A principal crítica de Paulo Nobre foi em relação à nova gestão do São Paulo, comandada pelo presidente Carlos Miguel Aidar
A longa novela em que se transformou a negociação de Alan Kardec teve um final inesperado para o torcedor palmeirense. Nesta segunda-feira (28), o presidente Paulo Nobre confirmou que o jogador não pertence mais ao clube e acertou com o São Paulo. A forma como o rival conduziu a negociação com o atleta, que ainda discutia sua permanência no Palmeiras, irritou o dirigente, que disparou contra o time do Morumbi.
"O Palmeiras tentou de tudo quanto é maneira. A negociação ainda tinha 30 dias, até o fim de maio, e estava muito perto do final. Mas um time (o São Paulo) entra na negociação de forma totalmente antiética. Alan Kardec era titular do clube com uma negociação em curso. Entrou um time com a negociação e o staff do jogador achou por bem aceitar", declarou.
A principal crítica de Paulo Nobre foi em relação à nova gestão do São Paulo, comandada pelo presidente Carlos Miguel Aidar. O dirigente palmeirense deu a entender que Aidar levou a melhor na negociação por ter cedido aos interesses do empresário de Alan Kardec, o pai do jogador. "Falamos primeiro com o jogador para ver o que era melhor para ele, sem discutir a remuneração do empresário. É assim que fazemos. Quando isso aconteceu, quando o São Paulo entrou na jogada, ficamos absolutamente fora da negociação."
Nobre ainda se mostrou preocupado com a relação que a nova diretoria do São Paulo está promovendo com os outros clubes. Em apenas quase duas semanas de gestão, Aidar já entrou em atrito com o Corinthians, por reclamar da distância do estádio Itaquerão, com a Portuguesa, por ser advogado da CBF na briga com o time do Canindé, e foi criticado pelo presidente do Cruzeiro, Gilvan Tavares, justamente por esta proximidade com a CBF.
"Outros clubes me ligaram e falaram que tinham interesse (no Alan Kardec), mas disseram que esperariam o fim da nossa negociação. O que o São Paulo fez é antiético e aqui cabe uma reflexão. Os clubes unidos são mais fortes. De que adianta dar um 'passa moleque' em alguém se você continua fraco?", questionou.
A forma como foi conduzida a contratação de Alan Kardec pelo São Paulo tende a piorar a já conturbada relação do clube do Morumbi com o Palmeiras. "Estou extremamente decepcionado. A relação entre as diretorias de Palmeiras e São Paulo é péssima desde a década de 40 e vai continuar assim com essa nova diretoria de lá. O Palmeiras não é bonzinho, mas é ético e assim vamos continuar porque achamos que é certo."