EUA tem até quinta-feira para processar Armstrong
O governo americano tem até quinta-feira para se juntar a uma queixa apresentada em 2010 contra Lance Armstrong para recuperar as verbas que gastou para patrocinar a equipe do ex-ciclista através da estatal US Postal (serviço postal do país).
O Departamento de Justiça cogita se juntar a esta queixa apresentada pelo ex-companheiro de equipe de Armstrong, Floyd Landis, declarou à AFP uma fonte que preferiu manter o anonimato.
O atleta, que teve seus sete títulos da Volta da França cassados pela União Ciclista Internacional e foi banido para sempre do esporte, confessou ter se dopado em entrevista concedida à famosa apresentadora americana Oprah Winfrey nesta segunda-feira. O programa irá ao ar na quinta-feira.
De acordo com um documento que diz respeito a esta queixa, do qual a AFP obteve uma cópia, o recurso civil de Floyd Landis está baseado na Lei sobre Falsas Declarações (False Claims Act), conhecida como 'Lei Lincoln", que autoriza um cidadão a processar uma pessoa física ou jurídica acusada de ter ludibriado o Governo Federal.
A lei ainda prevê que o cidadão que denuncia o caso pode embolsar de 15 a 30% do montante recuperado pelo governo.
Segundo informações do Wall Street Journal, o governo americano teria liberado mais de 30 milhões de dólares de verba para patrocinar a equipe de Lance Armstrong, US Postal Service.
Lance Armstrong também tem a possibilidade de chegar a um acordo com o governo para por fim a esta ação.
"Não acho que nenhuma declaração que ele tenha feito à Oprah possa ter consequências no caso de uma possível queixa", explicou a fonte. O Ministério da Justiça recusou-se a comentar o caso.
O governo também tem a possibilidade de reabrir um inquérito federal por fraude contra o ciclista, que foi encerrado sem justificativas no ano passado.
Uma vez que Amstrong confessou ter se dopado, o Ministério da Justiça pode processá-lo por "perjúrio", pelo fato de ele ter negado o ocorrido diante do tribunal federal que realizou o inquérito.
A ex-atleta olímpica Marion Jones, que também confessou ter se dopado no programa de Oprah Winfrey em 2008, teve que passar seis meses na prisão por ter mentido no inquérito.