Liminar pedindo fim de torcidas organizadas é indeferida
Juiz do caso considerou extrema a requisição feita pela promotoria
Nesta última quinta (4), o assunto da extinção das torcidas uniformizadas dos três grandes clubes do Recife (Náutico, Santa Cruz e Sport) voltou a ser debatido. A novidade veio através da decisão do juíz Edivaldo José Palmeira, da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital. O magistrado indeferiu o pedido de liminar do promotor Ricardo Coelho, considerando extrema a atitude de extinguir as organizadas.
Ricardo Coelho, promotor que entrou com a ação civil pública pedindo o fim das torcidas organizadas, afirmou estar confiante de que a decisão ainda será acatado pela Justiça. Para isso, o promotor informou que, caso precise, levará o pedido ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Entenda
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), através do promotor Ricardo Coelho, entrou com uma ação civil pública na Justiça do Estado, pedindo a extinção das torcidas organizadas Fanáutico (Náutico), Torcida Jovem (Sport) e Inferno Coral (Santa Cruz) .
O pedido de extinção é novo, mas as queixas com relação ao comportamento das torcidas organizadas dentro e fora dos estádios não. Ricardo Coelho, promotor que criou a ação, revelou dados alarmantes que apontam aproximadamente 800 crimes cometidos pelas três torcidas apenas nos últimos cinco anos. Os delitos vão desde roubo e furtos até formação de quadrilha. Ao todo, Pernambuco tem 190 mil inscritos em organizadas, sendo 90 mil participantes na Torcida Jovem, 80 mil na Inferno Coral e 20 mil na Fanáutico.
Coelho também foi o mesmo que pediu, na época ainda de forma provisória, o afastamento das torcidas organizadas do Santa Cruz e do Sport durante as semifinais e finais do Campeonato Pernambucano de 2011. Nos jogos na Ilha do Retiro, Arruda e Aflitos, nada dos uniformizados. Na prática, o promotor aponta que não houve registro de violência nessas partida. Ele alega que, sem participar desse tipo de associação, o indivíduo ficaria menos suscetível a crimes, já que não estaria “protegido” dentro de um grupo.
“ Queremos impedir o torcedor de utilizar qualquer camisa ou objeto que faça alusão a alguma organização que ao nosso ver seja criminosa. Reunimos provas que mostram diversos crimes cometidos por eles”, afirma o promotor. A ação será analisada pelo Edvaldo Palmeira, da 5ª Vara da Fazenda Pública, ainda sem prazo para decisão final. A medida também impõe uma multa diária de R$ 500 mil a ser paga pelas torcidas organizadas juntamente com o clube a qual pertence, a Polícia Militar e a órgãos esportivos, como a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em caso de descumprimento da ação.