Sport x Santos marca reencontro de Durval com a Ilha
A última vez que Durval atuou na Ilha do Retiro foi no dia 29 de novembro de 2009. Já rebaixado para Série B do Campeonato Brasileiro, o Sport perdeu por 2x1 para o Internacional. Foram exatamente 5.974 torcedores naquela ocasião. Certamente poucos imaginaram que seriam necessários quase três anos para rever um dos maiores ídolos da história do clube. Negociado com o Santos no início de 2010, o zagueiro Durval volta a pisar no gramado onde mais atuou neste domingo, dia 2 de setembro de 2012.
Foram 234 jogos e 39 gols. Em quatro anos (2006 a 2009) vestindo as cores rubro-negras, o Xerifão colocou na galeria quatro títulos estaduais e uma Copa do Brasil – onde foi capitão e marcou o memorável gol de falta da classificação para a semifinal, na vitória por 3x1 contra o Internacional. Tudo isso após passar pelo extinto Unibol, onde iniciou a carreira, pelos modestos Botafogo-PB e Brasiliense, além do Atlético-PR.
No primeiro turno do Brasileirão deste ano, o zagueiro atuou contra o Sport no empate em 0x0, na Vila Belmiro. Já na Ilha será a primeira vez desde que trocou de clube. Promessa de homenagens da diretoria e aplausos nas arquibancadas. Assim como Durval, o goleiro Magrão, parceiro naquele vitorioso período e juntos “time dos sonhos” eleito pelos torcedores, também será homenageado. O goleiro, que completou 400 jogos na última rodada, contra o Flamengo, receberá uma placa.
Juninho Pernambucano, formado pelo Sport, mas lapidado pelo Vasco, reencontrou o Rubro-negro nessa Série A e foi vaiado. Sem aspas aqui para certo ou errado, o gesto da torcida serve apenas como mais um exemplo que o mundo da bola não é algo de simples entendimento. Durval não vestiu a camisa leonina desde criança, não nasceu no Recife e jamais jogou pela Seleção Brasileira ou no futebol europeu. Durval também não é bom nas entrevistas e, muito menos, no marketing. Porém, o futebol ensina que não seria nenhum pecado chamá-lo de “Durval Pernambucano”.
Euclides da Cunha, carioca e escritor brasileiro, imortalizou a frase: “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”. E nesse tal mundo da bola, Durval foi diversas vezes usado como parâmetro desse ensinamento. A vida mostrou que Severino dos Ramos Durval da Silva não é uma jóia oriunda das divisões de base. Entretanto, aos 31 anos, essa mesma vida segue provando que o filho ilustre de Cruz do Espírito Santo, na Paraíba, é um gigante.