“Eu conquistei tudo"
Um dos maiores nomes do vôlei de praia mundial, Ricardo falou, com exclusividade com o LeiaJá, sobre próximos objetivos e da nova parceira com Pedro Cunha.
Ricardo Alex Costa Santos. Talvez pelo nome seja difícil reconhecer a importância dessa pessoa para o Brasil. Mais conhecido simplesmente por Ricardo, ele é um dos principais jogadores da história do vôlei de praia do mundo.
Baiano, da capital Salvador, o atleta nasceu no dia 6 de janeiro de 1975 e durante este tempo elevou a bandeira do Brasil ao ponto mais alto do pódio por diversas vezes. Ao lado de Emanuel Rego, formou a dupla masculina mais vitoriosa do vôlei de praia brasileiro. Entre as principais conquistas da equipe estão o inédito ouro nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, e também nos jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro (2007), além do bronze em Pequim 2008.
Antes, nos Jogos de Sydney 2000, já tinha levado a medalha de prata ao lado do companheiro Zé Marco. Ricardo também é hexacampeão do Circuito Internacional, duas taças do Campeonato Mundial e ainda detém três títulos do Circuito Banco do Brasil de vôlei de praia.
O atleta coleciona muitas conquistas individuais, como melhor jogador do mundo em 2005 e 2007, Rei da Praia em 2002, eleito “Herói Olímpico'”, em 2004, pelo Comitê Olímpico Internacional, além de ter sido escolhido, em outras oportunidades, como melhor ataque, atleta e bloqueio em edições do circuito mundial e nacional.
Mesmo aos 37 anos e com tantos títulos, Ricardo não esconde que ainda tem sonhos no vôlei de praia ao lado da nova parceira com o carioca Pedro Cunha. Com estadia no Recife durante o último final de semana, onde conquistou o terceiro lugar na segunda etapa do Circuito Banco do Brasil, ele conversou com o Portal LeiaJá e reforçou o desejo de participar de mais uma olimpíada. Ainda falou sobre os principais adversários que terá pela frente e como é a sua personalidade fora de quadra.
Portal LeiaJá - Qual avaliação que você faz desse período com Pedro Cunha?
Ricardo - Nosso time está muito bem. Temos um pouco mais de sete meses de dupla e estamos nos conhecendo. Nosso objetivo mesmo são os jogos olímpicos e ainda continuamos brigando pela vaga. Faltam sete etapas da fase classificatória. Elas definirão nosso crescimento enquanto equipe. Eu estou muito confiante e contente com o nosso desempenho e crescimento, às vezes enfrentando momentos difíceis e outros jogos mais fáceis. Isso faz parte do amadurecimento do time. Individualmente, são dois atletas que já viveram muita coisa no voleibol. Acho que isso vem fortalecer o objetivo que a gente tem marcado pra esse ano, que é conquistar a classificação e lutar por uma vaga olímpica.
LeiaJá - Este ano está repleto de competições. É possível conquistar todas elas?
Ricardo - A gente está fazendo uma preparação voltada, primeiro, para a classificação às olimpíadas. O circuito brasileiro serve também como treinamento, mas - ao mesmo tempo – nós também queremos o título, que é muito importante para nossa equipe. Acredito que se estivermos bem fisicamente e tecnicamente vamos conseguir manter uma regularidade. Nem sempre estaremos no nosso melhor em todas as etapas, mas acho que pela experiência que temos, iremos sempre brigar e subir no pódio.
LeiaJá - Como jogador você já conquistou praticamente tudo o que era possível. Qual o título mais importante?
Ricardo - Na verdade, eu conquistei tudo, todos os títulos possíveis. São esses desafios que servem como uma motivação a mais: mudança de times, Jogos Olímpicos, circuitos nacional e mundial.
LeiaJá - Qual adversário mais difícil nesse desafio das Olimpíadas?
Ricardo - Não vou citar uma equipe. São muitas, principalmente nos jogos Olímpicos. Os times que são tidos como “azarões”, acabam sobressaindo. Você pode ver nas últimas etapas, onde sempre tiveram times entre os quatro melhores que, normalmente, não estariam no circuito mundial com tanta frequência. Mas eu acredito que Estados Unidos, Alemanha e Holanda são equipes que vão brigar pela medalha olímpica. Eles vem crescendo e que vão dificultar para os brasileiros nos jogos de Londres e no circuito internacional.
LeiaJá - Existe aquela dupla que é a maior rival do Ricardo?
Ricardo - A gente tem sempre os Estados Unidos como rival dos brasileiros, mas a gente torce para que eles não sejam um calo para nós. Espero que seja um jogo bem tranquilo e que o nosso país consiga, mais uma vez, conquistar essa medalha de ouro em Londres.
LeiaJá - Para finalizar, você é conhecido pela vibração e garra dentro de quadra, mas como é o Ricardo fora dela?
Ricardo - Eu sou tranquilo (risos). Brincalhão e bem família. É muito difícil eu tentar me descrever, mas sou assim. Muito festeiro também. Gosto, quando estou com minha família, de fazer algo diferente, reunir os parentes e amigos. Acho que esse é o Ricardo.