Impasse com governo adia votação da Lei Geral da Copa
A votação da Lei Geral da Copa foi adiada mais uma vez na comissão especial que debate o tema. A reunião marcada para a tarde desta terça-feira foi cancelada pelo presidente da comissão, Renan Filho (PMDB-AL), após receber um pedido do relator, Vicente Cândido (PT-SP). O problema mais uma vez foi com a insatisfação do governo com trechos do relatório. Ainda não há data para uma nova reunião, que deverá ocorrer só depois do Carnaval.
"O Vicente me ligou e disse que não concluiu ainda o relatório porque continua negociando com o governo. Agora eu só vou marcar reunião quando for acertada essa negociação", disse Renan Filho. O relatório enviado na noite de segunda-feira por Cândido aos parlamentares da comissão tinha como principal novidade a perspectiva de redução de preço dos ingressos para os idosos. Pela proposta, quem tem mais de 60 anos teria direito a pagar meia-entrada em todas as categorias de ingresso, inclusive na chamada cota social.
Entre os pontos que o governo tem resistência estão a possibilidade de utilização de aeroportos militares durante o evento e a concessão de uma premiação para os ex-jogadores campeões das copas de 1958, 1962 e 1970. Há questionamentos também sobre medidas diplomáticas na facilitação de acesso ao País para estrangeiros em função do evento.
O adiamento deverá levar a novas alterações no texto. Uma delas deve ser a previsão de ingressos gratuitos para indígenas. Atualmente, eles estariam junto com idosos, estudantes e beneficiários da Bolsa Família na chamada "cota social". "O problema é que definição de raça no Brasil é por autodeclaração, então é melhor o governo destinar esses ingressos diretamente às tribos", defendeu o presidente da comissão, Renan Filho.