Fatos que marcaram a educação em 2011

| sex, 30/12/2011 - 09:26
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NOVO PISO SALARIAL
Em abril, o Ministério da Educação (MEC) anunciou um aumento do piso salarial nacional dos professores do ensino básico. A remuneração passou a ser de R$ 1.187,97, um reajuste de 15%, segundo cálculos feitos pela Advocacia-Geral da União. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) criticou o valor, afirmando que deveria ser de R$ 1.597 mensais, em 2011.
A lei aprovada pelo Congresso fixou como parâmetro para reajuste o aumento do gasto anual por aluno no Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). A divergência ocorreu porque a União considerou a variação de 2009 e 2010. Já o CNTE defendia que deveria ser utilizada a variação de 2010 e 2011.

O piso nacional é definido anualmente e corresponde ao salário mínimo mensal para professores formados em magistério e com jornada semanal de 40 horas. Em 2010, o piso era de R$ 1.024,67 mensais.

TRAGÉDIA EM REALENGO
No dia 7 de abril, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, entrou na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, e matou 12 crianças, deixando outras 13 feridas, todas com idades entre 12 e 14 anos.

Ele conseguiu entrar na escola ao alegar que iria buscar documentos que havia solicitado uma semana antes. Ele chegou a conversar com funcionários da escola e entrou numa sala afirmando que iria fazer uma palestra. Ele sacou dois revólveres e disparou contra os alunos, matando quatro. Em outra sala, matou mais oito. Outros alunos correram pelo corredor para escapar do atirador.

Wellington seguiu em direção às escadas, onde encontrou o sargento Márcio Alves, da Polícia Militar, que fez dois disparos e o atingiu no abdômen. Segundo a PM, o atirador caiu na escadaria do segundo andar e cometeu suicídio.

KIT HOMOFOBIA
Em maio, um material chamado de “kit contra a homofobia” gerou polêmica entre educadores, políticos, religiosos e entidades que defendem os direitos humanos e atuam em defesa da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis). De um lado, os produtores defendiam que o material era importante para capacitar os professores sobre o tema. De outro, religiosos reclamavam que os vídeos estimulavam o comportamento homossexual.

Depois de se reunir com deputados da chamada bancada religiosa, o governo decidiu suspender todas as produções que estavam sendo editadas pelos ministérios da Saúde e da Educação sobre a questão da homofobia. De acordo com o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, a presidente Dilma Rousseff assistiu vídeos do chamado "kit homofobia" e não gostou do tom das produções. O ministro afirmou que qualquer material sobre "costumes" será produzido após consulta a setores da sociedade interessados, inclusive a bancada religiosa.

ENADE
A edição 2011 ocorreu sem transtornos, mas recebeu críticas em todo o Brasil. A maior reclamação foi a suposta ineficiência de um único exame, com 40 questões, para avaliar o conteúdo de um curso que leva anos para ser concluído. Outro ponto polêmico apontado pelos candidatos e educadores foi a obrigatoriedade do exame, já que muitos alunos vão fazer a prova apenas para garantir o diploma e não levam a avaliação a sério.

Com base no resultado do Enade 2010, o MEC anunciou o corte de 2.794 vagas em 153 cursos de biomedicina, nutrição e fisioterapia que obtiveram resultado insatisfatório. Em Pernambuco, foram punidas a Faintvisa, Universo, Unicap, Faculdade São Miguel (fisioterapia) e a União de Escolas Superiores da Funeso (fonoaudiologia).

ENEM 2011

Dias após a realização do exame, um aluno do Colégio Christus, de Fortaleza (CE), publicou no perfil do Facebook fotos de apostilas com questões idênticas as que caíram no Enem 2011. Segundo a escola, as questões fariam parte de um banco de perguntas que a instituição recebe de professores, alunos e ex-alunos para promover simulados. Com a solicitação do Ministério da Educação, a Polícia Federal começou a investigar o caso, ainda não encerrado.

As 13 questões chegaram a ser anuladas para todos os candidatos, mas, por uma decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, apenas os estudantes da instituição do Ceará tiveram 14 questões (uma a mais com conteúdo parecido com o da apostila) canceladas e os pontos redistribuídos. Além dos estudantes do ensino médio, o MEC decidiu anular ainda as questões para os alunos do curso pré-vestibular do Christus, totalizando 1.139 alunos punidos.

A partir do dia 7 de janeiro, começa as inscrições para o Sistema de Seleção Unificada, que seleciona os estudantes através das notas do Enem. Mais de 100 mil vagas estão em disputa. O Ministério Público do Ceará anunciou que pretende entrar com a ação para suspender o Sisu até que a PF encerre as investigações.

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