Decisão judicial contra humorista Leo Lins divide opiniões
Ele teve um vídeo removido do YouTube por ter feito piadas com minorias
O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que o vídeo de comédia Perturbador, do humorista Leo Lins, fosse retirado do YouTube. De acordo com a decisão, o conteúdo retratava piadas com minorias, incluindo pessoas com deficiência, idosos e até escravidão. Assim que o assunto veio à tona, muitas pessoas recorreram à internet para debater o caso.
Quem resolveu dar sua opinião foi o apresentador Fábio Porchat. No Twitter, o também humorista afirmou que a proibição do especial de humor e também das piadas era uma vergonha. Ele disse que tudo é "inaceitável". Após sair em defesa do colega de profissão, Porchat voltou a comentar a situação.
Na tarde desta quarta-feira (17), o integrante do canal GNT disparou: "Não gosta de uma piada? Não consuma essa piada. Se a piada não incitou o ódio e a violência ela é só uma piada. [...] Que foi lá assistir ao Leo Lins adorou. Riram muito. Quem não gostou das piadas são os que não foram. Pronto, assim que tem que ser. Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum. Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo, tudo, tudo. Não gostar de uma piada não te dá o direito de impedir ela de existir. Ainda mais previamente. Impedir o comediante de pensar uma piada é loucura".
Fábio Porchat finalizou seu raciocínio dizendo que não existe censura do bem. "Se cada pessoa que se ofender com uma piada resolver tirar ela do ar não sobra um Joãozinho, um papagaio, um argentino. Pra mim democracia não é um regime pra você defender as suas ideias, mas pra quem você não concorda poder defender as delas. Não confundam 'não gosto dele' com 'ele não pode falar'. Não entrem nessa conversa com a emoção, entrem com a razão", escreveu.
Foi só a estrela do programa Que História É Essa, Porchat? compartilhar a mensagem para um monte de comentários brotar no perfil dele. Um dos usuários da plataforma soltou: "É, Porchat, não esqueça que você é branco e cheio de seus privilégios. Você se apresenta como homem hétero, tá no seu auge de carreira por mérito seu, mas você não faz parte de nenhuma minoria; então é fácil você defender piadas desse tipo se você não vai se magoar com nenhuma".
Seguindo a mesma linha de pensamento de Fábio Porchat, Oscar Filho rasgou o verbo ao falar do imbróglio envolvendo Leo Lins. O ex-CQC afirmou que a posição contra o comediante é incoerente. "Isso aqui tem precedentes? O maior absurdo que eu vejo na comédia desde que o CQC foi impedido de entrar no Congresso e a proibição de piadas com políticos. Tudo na era PT. Por pior que falem do Bolsonaro, e eu odeio este cara, não chegamos nem perto!", disparou. Assim como Porchat, Oscar também foi confrontado por alguns internautas.
Ao contrário do que Fábio Porchat e Oscar Filho pensam, João Pimenta foi às redes sociais falar o que acha sobre o assunto. Sem citar nome de ninguém, o humorista e roteirista disse: "Muito se fala sobre o direito de ter liberdade para ofender minorias sem consequências. Pouco se fala sobre o direito que as minorias têm de viver. Isso, apenas viver. Nunca contem comigo pra dialogar com racista fazendo arte. Pode discordar aí da sua casa ou ir pra porta do meu show pagando ingresso. Quando eu achar que encheu o saco bloqueio as respostas e se quiserem discordar, deem xilique retuitando".