Livrarias americanas lançam campanha contra Amazon
De acordo com a ABA, em 2019 foram abertas 104 livrarias, contra apenas 30 até agora em 2020
A associação americana de livrarias ABA lançou uma campanha publicitária contra a Amazon para alertar sobre o perigo que representa para o setor a gigante do varejo online nesta época de pandemia.
A campanha, a primeira desse tipo, foi lançada ao mesmo tempo que a promoção "Prime", terça e quarta-feira, dois dias em que a Amazon oferece atrativos descontos em seus produtos.
Desde o início da pandemia, 35 membros de livrarias ABA tiveram que fechar as portas, informou à AFP a associação, que estima em 20% o número de livrarias independentes sob ameaça de falência.
"Quando estas livrarias independentes fecham, o coronavírus é a causa oficial da morte, mas a comorbidade para muitas é a Amazon", criticou a ABA em comunicado.
Para Allison K. Hill, diretora-geral da ABA, o crescimento da plataforma de vendas online da Amazon "resulta na perda de empregos locais, de receitas fiscais e do tecido social".
De acordo com a ABA, em 2019 foram abertas 104 livrarias, contra apenas 30 até agora em 2020.
A campanha foi lançada nas redes sociais, mas também nas livrarias dos 1.750 membros da ABA.
Varias dessas lojas, como a Solid State Books, de Washington, cobriram suas fachadas com uma cor que simula uma grande caixa de papelão, em referência às caixas usadas pela Amazon para enviar os pedidos dos clientes.
"Os livros são escolhidos pelas pessoas, não por algoritmos assustadores", diz uma das frases inscritas na fachada.
Segundo dados oficiais, a receita das livrarias físicas diminuiu em 31% nos primeiros sete meses de 2020.