Preta Gil relembra gordofobia no começo da carreira
Cantora participou de uma conversa com Thais Fersoza no YouTube
Preta Gil participou de uma conversa com Thais Fersoza no YouTube! A cantora, que está agora com os cabelos pink, abriu o jogo sobre padrões de beleza e disse que, de todos os preconceitos que já sofreu na vida, o pior deles, para ela, foi a gordofobia. Primeiro, ela começa dizendo que sempre teve muita autoestima - mas que quando começou a sua carreira, isso mudou:
- Eu sempre fui guerreando, recebendo no peito. Óbvio que eu tive os meus momentos de vulnerabilidade, tive meus momentos de fraqueza. Em algum momento da minha vida por exemplo eu não lidei bem com a opressão em relação ao meu corpo. A gordofobia foi algo que me assustou muito em um primeiro momento, tanto é que eu tentei ser magra durante muito tempo.
Ela, que sempre rebate críticas, continua e lembra que fez lipoaspiração e até mesmo tomou remédios para emagrecer:
- Eu sou negra, sou uma mulher, sempre me considerei, me reconheci como mulher negra. Eu sou bissexual e isso para mim é de uma naturalidade absurda. Ser quem eu sou é de uma naturalidade absurda, mas o meu corpo nunca tinha sido algo que eu pensasse ou que eu tivesse um relacionamento esquisito. Eu sempre tive um relacionamento também muito livre com o meu corpo. E ali naquele primeiro momento, quando eu me lancei como cantora, e veio essa enxurrada de preconceito, eu fiquei muito assustada. Eu falei: ué, mas por que as pessoas estão me julgando pelo meu corpo, pela minha forma física? Por que está sendo uma questão, o meu corpo? Por que não estão falando do meu disco, da minha voz? Aquilo me assustou demais.
A filha de Gilberto Gil ainda disse que precisou de muita terapia para lidar com tudo:
- E aí eu fui comprando uns grilos. E aí sem perceber, levando para o meu inconsciente todos esses preconceitos... e uma hora, quando eu me vi, eu estava fazendo lipoaspiração, tomando remédio para emagrecer, querendo ficar magra. E aí na terapia, depois de muito tempo, a gente entendeu que essa minha busca pela magreza e querer me encaixar nos padrões, que as pessoas queriam que eu me encaixasse, era muito mais eu dizendo: parem de falar de mim, ok, vou ficar do jeito que vocês querem, do que eu realmente querendo ser magra. Aí foi uma fase da minha vida que eu realmente tive que intensificaras minhas terapias, de autoconhecimento, para não pirar, porque eu estava desconectada do que eu queria fazer para mim.