Assombração pernambucana Branca Dias ganha HQ

A máscara da morte branca será lançada pela editora Draco

ter, 26/11/2019 - 15:44
Divulgação A máscara da morte branca será lançada pela editora Draco Divulgação

Parte integrante do rico panteão de personagens lendários e aterrorizantes das histórias de medo pernambucanas, a judia portuguesa Branca Dias é conhecida por, em noites enluaradas, lavar talheres no Açude do Prata - localizado no bairro de Dois Irmãos, Zona Norte do Recife. Encarcerada durante dois anos pela Inquisição no país natal, ela conseguiu fugir para o Brasil e seu espírito não descansa em paz enquanto houver perseguição e injustiça.

Inspirada na escrita de Edgar Allan Poe, "A máscara da morte branca" é uma história em quadrinhos baseada em lenda clássica do Nordeste antigo, lançada pela editora Draco (R$ 11,90). Com roteiro de Alexey Dodsworth, arte de Isaque Sagara e capa de David Oliveira, toda a trama é historicamente embasada e conta como Branca Dias foi de heroína do povo judeu, no período colonial, a assombração dos tempos atuais. Na capital pernambucana, o lançamento da obra ocorre no dia 14 de dezembro, às 17h, no Museu da Cidade do Recife - Forte das Cinco Pontas. Na ocasião, Alexey profere  a palestra “Branca Dias e outras sombras”. A revista será vendida no local.

"A máscara da morte branca" tem 32 páginas em preto e branco, formato 17 x 24 cm, papel pólen bold, capa cartonada. A gênese da obra surgiu a partir de interesses bem pessoais do roteirista. Tendo como um dos seus hobbies preferidos o estudo de genealogias, Alexey descobriu que o casal de judeus portugueses Branca Dias e Diogo Fernandes são seus ancestrais (quinze gerações até chegar a ele). A partir daí, ele passou a pesquisar sobre a vida da pessoa real por trás do mito assombrado. "Além disso, tomei conhecimento de uma lei decretada pelos governos de Portugal e da Espanha, que concede cidadania a quem provar que descende de judeus perseguidos pela Inquisição, que é exatamente o meu caso, já que ela foi presa e torturada por dois anos", conta Dodsworth.

Alexey também contratou um pesquisador português que o abasteceu com uma volumosa quantidade de fontes sobre a história de Branca Dias, como, por exemplo, os arquivos da Torre do Tombo, em Portugal. "No Brasil, usei como fonte os livros do pesquisador nordestino Cândido Pinheiro Koren de Lima. Ele tem três livros com material abundante sobre Branca Dias", informa.

Além dos quadrinhos, o leitor de "A máscara da morte branca" tem acesso a trechos de alguns desses documentos históricos. Eles expõem a virulenta perseguição a que foram submetidos os descendentes de Branca Dias. A obra também serve como fonte de informação sobre um pouco da história dessa mulher que foi uma das primeiras professoras de meninas do Brasil e tem muitos descendentes espalhados pela região nordeste.

Da assessoria

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