Espetáculo “As Bruxas de Salém” volta ao Recife

Texto clássico é encenado em montagem dirigida por Domingos Soares

por Waleska Andrade seg, 05/08/2019 - 11:11
Thiago Farias Neves/Divulgação Peça "As bruxas de Salém, voltam com exibição a Recife Thiago Farias Neves/Divulgação

A Adaptação teatral de um dos mais horrendos capítulos da história da humanidade, “As Bruxas de Salém” volta ao teatro onde estreou, o Barreto Júnior. A peça estará em cartaz nos dias 9, 16, 23 e 30 deste mês de agosto, sempre às 20h.

Já levado a Broadway e aos cinemas, o texto do norte-americano Arthur Miller é baseado em fatos. Trata-se de uma tragédia que envolve vinganças e interesses alimentados por medo, dogmas e histeria coletiva, que resultou em 20 mortes. Ocorrida mais de 300 anos atrás, mistura o poder da religião com o poder do Estado, e tem muito a dizer sobre os dias atuais.

O texto narra situações reais ocorridas em 1692, na vila de Salém, uma colônia da baía de Massachusetts. No palco, 21 atores e 32 personagens apresentam, em quatro atos, a história do fazendeiro John Proctor, que vive uma relação extraconjugal com Abigail Williams. Em um ritual na floresta, Abigal e suas amigas são flagradas pelo reverendo Parris, e duas delas entram em estado de letargia e perturbação. O boato de que teriam sido vítimas de bruxaria se espalha, e a população passa a crer que foram possuídas pelo demônio. O que se sucede em Salém ainda hoje choca a humanidade pela injustiça cometida contra inocentes.

Mais de 150 moradores, homens e mulheres, foram processados pela acusação de prática do crime de bruxaria, dos quais 19 foram enforcados e um morto por esmagamento. No julgamento, o rito processual era conduzido para condenar, testemunhos eram tidos como provas irrefutáveis, e a legítima defesa era constantemente cerceada. Havia um pano de fundo de ganância, vingança e interesses pessoais escusos que tomaram proporções fora de controle, em uma histeria coletiva instigada pelo fundamentalismo religioso.

“Trata-se de uma obra de essencial importância para o entendimento do quanto a história da humanidade é cíclica. No sentido de que, quando o poder político se alia ao poder da religião com o objetivo de oprimir as pessoas, eles se tornam perigosos instrumentos de combate e tolhimento das liberdades individuais”, afirma o diretor, Domingos Soares.

“As Bruxas de Salém” foi escrita na década de 1950 como uma resposta de Miller ao macarthismo nos Estados Unidos, quando se perseguia e condenava pessoas acusadas de serem comunistas, sobretudo ativistas políticos, artistas e intelectuais. O próprio escritor foi vítima dessa perseguição, sendo condenado e posteriormente inocentado pela Suprema Corte americana.

Serviço

As Bruxas de Salém

9, 16, 23 e 30 de agosto | 20h

Teatro Barreto Júnior (Rua Estudante Jeremias Bastos, s/n, Pina)

Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia)

Informações: 3355 6398

Com Informações da Assessoria

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