5 HQs para o Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos

Produção brasileira é diversificada e agrada públicos de todas as idades

por Beatriz Gouvêa qua, 30/01/2019 - 16:41

A primeira história em quadrinhos publicada no Brasil está fazendo hoje 150 anos: Nhô Quim era o personagem de uma história em dois episódios, que o público conheceu pelas páginas do jornal Vida Fluminense, em 30 de janeiro de 1869. Por isso hoje (30) se comemora o Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos. 

De lá para cá, a produção nacional nunca parou. A primeira publicação dedicada exclusivamente aos quadrinhos foi "O Tico-Tico", lançada em 1905. Muitos títulos e personagens brasileiros não são conhecidos do grande público, que tem mais facilidade em se lembrar da "Turma da Mônica" ou do "Menino Maluquinho", mas a verdade é que as revistinhas ou gibis, como também são conhecidas, já existem há bastante tempo. 

O que não muda é a relação do leitor com os quadrinhos, um hábito de leitura que é quase afetivo e que costuma acompanhar a pessoa até a vida adulta, pois HQ não é coisa só de criança - ao contrário, existem diversas opções para adultos. 

A engenheira ambiental Lais Bariani, 28 anos, começou a ler as revistinhas da Turma da Mônica por incentivo da escola e de sua mãe. O ritmo dinâmico das histórias e as ilustrações a ajudaram a tomar gosto por esse tipo de leitura. Ela aponta também para o modo como os quadrinhos podem abordar assuntos sérios de maneiras sutis, como as historinhas do menino negro Jeremias, da Turma da Mônica. 

Hoje, Lais gosta de ler HQs sobre o candomblé, que conheceu a partir da obra "Conto dos Orixás", do artista baiano Hugo Canuto. Por ser umbandista, ela se identificou com as histórias. “O mais incrível é levar o místico (religião) para o universo de super-herois, achei que ficou um casamento perfeito”, conta.

O professor de Design Julio Brilha começou a trabalhar com quadrinhos aos 16 anos, pois tinha contato com pessoas que já atuavam no ramo. Logo depois fez faculdade de Desenho Industrial com ênfase em Programação Visual (curso hoje conhecido como Design Gráfico), já pensando em trabalhar com quadrinhos. 

Brilha diz que as HQ norte-americanas são referência no Brasil, mas que “muito do que é publicado no Brasil foi produzido não só Estados Unidos, mas também na América Latina e Europa, sem falar dos quadrinhos japoneses, os mangás, e até mesmo quadrinhos coreanos, os manhwas”.

O professor, que já trabalhou em uma minissérie em cinco edições chamada "Dynamo 5: sins of the father", pela Image Comics, nos Estados Unidos, conta que o modelo de trabalho das editoras americanas é um mercado totalmente concorrido, por ser um mercado global, que trabalha com artistas de todos os continentes. “O ritmo de produção é muito acelerado, já que muitos títulos são lançados semanalmente. Nesse modelo a revista é produzida em equipe. Existe uma equipe de trabalho onde cada um cumpre um papel muito específico. Existe roteirista, que passa o roteiro para um desenhista, que entrega as páginas para um colorista. Todo esse processo é acompanhado por um editor, que é o funcionário da editora que aprova e viabiliza a publicação", explica. 

Confira a seguir cinco sugestões de histórias em quadrinhos para ler e comemorar o Dia Nacional das HQ:

 

 

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