Artista plástica paraense expõe “A luz que existe na cor”
Obras de Maitê Zara, com olhares sobre o cotidiano, estão expostas na Galeria Azimute, em Belém, até 2 de dezembro
Diante da rotina agitada da avenida Magalhães Barata, as obras da artista belenense Maitê Zara, 24 anos, ficam expostas aos olhares das pessoas que passam na frente da Galeria de Arte Contemporânea Azimute, na Vila Container. A exposição intitulada de “A luz que existe na cor” (veja fotos na galeria acima) é fruto de uma produção que durou um ano. Segundo Maitê, as obras foram feitas a partir de um estudo das camadas de luz que existem nas coisas que estão ao nosso redor.
A composição dessas obras possui uma base teórica voltada para o uso de cores individuais e estudo das camadas de luz que formam o formato de um rosto, profundidades, paisagens. Clarice Lispector e Egon Schiele são as duas principais referências na obra da artista.
Essa não é a primeira exposição de Maitê. Suas obras já estiveram presentes em diversos círculos artísticos, exposições independentes e universitárias como “A pintura vai bem, obrigado”, que ocorreu na Casa Das Onze Janelas. “Expus com a participação e colaboração de outros artistas incríveis ao meu lado. Artistas que já estão no ramo há muito tempo, estudando, praticando e mostrando suas identidades. Tive essa oportunidade de expor com eles na Casa das Onze Janelas”, disse a artista.
Para a expositora, Belém possui poucas galerias e espaços culturais independentes. Ela diz que, apesar dessa escassez de locais dedicados à arte, os que existem têm dado espaço aos artistas jovens e independentes para mostrar suas obras. “Vejo estudantes de escolas públicas, universitários e professores que são pintores renomados, todo mundo sempre participando, sempre presente nas exposições que eu vou, de que participo, exposições minhas. Levo amigos, recebo amigos e faço amigos nesses eventos. E, assim, avalio um público sedento, que quer arte, que quer espaço, que quer criação. E nós sabemos que Belém, às vezes, é uma cidade sofrida”, afirmou a artista.
Olhando para o acervo, Maitê disse que a sua obra preferida, apesar de não ser nomeada, retrata um homem segurando um espelho azulado à altura dos olhos, em escalas de cinza. Parte das obras que compunham a exposição já foi vendida e as que restarem vão compor o corpo de uma futura exposição em São Paulo que seguirá a mesma estética.
A curadora Jade Jares, que conheceu a produção de Maitê em um projeto que tinha como objetivo mostrar a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, pela visão de diversos artistas, diz que a produção de Maitê se encaixa perfeitamente no propósito da Galeria Azimute, que expõe obras de arte urbana contemporânea de artistas jovens. “Nós tentamos sempre procurar as pessoas que trabalham com vários tipos de técnicas e ela, sem dúvida, é uma das mulheres na área da pintura. Acreditamos que está trabalhando em cima de um projeto que já é muito grandioso”, explica a curadora.
“A luz que existe na cor” é uma exposição gratuita, aberta ao público, que começou dia 27 de setembro e vai até 2 de dezembro. O horário de funcionamento do espaço vai de 9 às 20 horas.
Por Wesley Lima.