Projeto valoriza Cordões de Pássaros e Bichos Juninos
Oficinas estão sendo realizadas desde agosto. Resultados serão apresentados nos dias 14, 15 e 22 de setembro, em Belém e Outeiro.
Com o patrocínio do Banco da Amazônia e incentivo da Lei Rouanet, cinco grupos juninos foram contemplados pelo Projeto de Resgate aos Cordões de Pássaros e Bichos do Pará. Diversas oficinas estão sendo realizadas desde agosto deste ano e a agenda de apresentações do resultado às comunidades neste mês será nos dias 14, no bairro do Una; 15, na Pedreira; e 22, em Outeiro, sempre a partir das 18h30, com entrada aberta ao público de todas as idades.
Dois desses grupos são o Cordão de Pássaro Aritauá, do município de Cachoeira do Arari, no Marajó, e o Cordão de Bicho Borboleta, de Mosqueiro. Ambos se apresentaram em agosto e participaram de oficinas de iniciação teatral, de confecção de indumentárias, além de instrumentos musicais e materiais para renovar o seu figurino.
“No Marajó, o projeto envolveu toda a comunidade que há 32 anos não via o Pássaro Aritauá sair nas ruas. O guardião responsável pelo grupo, Lino Ramos, está vibrante com o retorno das atividades dos seus músicos e atores, que conta com pessoas de todas as idades”, comenta a coordenadora do projeto de resgate, a também guardiã de pássaro junino Laurene Ataide.
Para a guardiã do Cordão de Bicho Borboleta, Lúcia Alane de Sousa Trindade, o Projeto de Resgate aos Cordões de Pássaros e Bichos do Pará tem grande relevância à manifestação do teatro popular porque mantém viva a cultura desses grupos juninos. “Fazia mais de 70 anos que o Bicho Borboleta não se apresentava em Carananduba, na Ilha de Mosqueiro.” Segundo ela, o grupo surgiu a partir dos relatos e memórias da Mestra Gilda Amador, que fugia para ver o cordão de bicho quando mais nova. Agora, a partir do projeto de resgate, foi possível trazer o grupo de volta.
Os outros três grupos que também foram selecionados são: Cordão de Pássaro Colibri de Outeiro, Cordão de Pássaro Bigodinho e o Pássaro Papagaio Real. “Todo o material que foi doado para os cinco grupos é de qualidade justamente para que dê mais beleza às apresentações. Nós nos preocupamos justamente com as cores desses bichos. Cada um deles ganhou também um violão, um pandeiro e uma flauta doce para que a música também seja valorizada nas apresentações”, destaca Laurene.
Agenda de apresentações
Dia 14, sexta-feira, o Cordão de Pássaro Bigodinho, da guardiã Valderez Carrera, se apresenta na escola pública Manoel Sanches de Brito, no bairro do Una, em Ananindeua, a partir das 17 horas.
No sábado, 15, quem se apresenta a partir das 18 horas, na Pedreira, é o Pássaro Papagaio Real, da guardiã Izabel Melo. O local da apresentação será a sede do grupo, situada na travessa do Chaco, entre Pedro Miranda e Antônio Everdosa.
Dia 22 de setembro, o projeto será encerrado com a apresentação do Cordão de Pássaro Colibri, no Ponto de Cultura Ninho do Colibri, em Outeiro, a partir das 18 horas, na Rua Tito Franco, no bairro de São João.
Festival
O III Festival de Pássaros e Outros Bichos, que ocorre desde 2016, corre o risco de ser não realizado neste ano. “Estamos tendo dificuldades para conseguir patrocínio para a 3ª edição do Festival de Pássaros e Bichos. Já estamos com o projeto aprovado pela Lei Rouanet, porém, nenhuma empresa ou instituição assumiu o compromisso de nos ajudar a continuar realizando esse grande sonho que é fazer com que os grupos de pássaros e bichos juninos se apresentem gratuitamente à sociedade paraense. Nós temos esperanças de conseguir fazer, para ainda este ano, este importante evento. Pra gente, dar continuidade ao festival é uma maneira de estarmos vivos. Dá sustentabilidade aos grupos, os torna ativos. Há grupos que só se apresentam nas quadras juninas. Precisamos divulgar a nossa movimentação, os nossos trabalhos. E esta ação dá visibilidade aos nossos bichos e pássaros juninos paraenses”, ressalta a guardiã Laurene Ataide.
Por Vivianny Matos, da assessoria do evento.