Em Itapissuma, 'Caldeirada da Irene' é rota obrigatória
Pelas mãos da cozinheira Maria Irene, o prato foi criado na década de 1980 de forma improvisada por meio da mistura de frutos do mar do Canal Santa Cruz e muito tempero
Antes de passar pela ponte que liga o município de Itapissuma ao de Itamaracá, ambos na Região Metropolitana do Recife (RMR), uma parada à esquerda é quase obrigatória. Com a vista privilegiada em frente ao Canal de Santa Cruz, mais conhecido como “maré” pelo moradores locais, cerca de dez comércios, divididos em boxes no Centro Comercial Jaime Ferreira do Rego, são algumas das melhores opções gastronômicas do Litoral Norte de Pernambuco.
Foi lá, que na década de 1980, a cozinheira Maria Irene, hoje com 89 anos, diz ter inventado o famoso carro-chefe da cidade há quase 40 anos, a caldeirada. O prato é uma verdadeira mistura de tudo que ela vendia em seu pequeno comércio, na época. A “rainha da caldeirada”, como é conhecido no Estado, diz que criou um prato no final de um dia com um movimento muito forte. Ela relata que praticamente todos os quitutes estavam se acabando e chegou um grupo de 20 clientes para fazer uma confraternização em seu bar.
Dona Irene relembra que jogou as comidas em uma grande panela. Misturou ostra, siri mole, arraia, marisco, sururu, camarão, polvo e lagosta. Colocou um pouco de manteiga para dar gosto, uns temperos e depois separou o caldo para acrescentar farinha e servir um pirão. Os clientes ficaram encantados com a culinária servida pela cozinheira e a caldeirada ganhou fama no Brasil e no mundo.
Atualmente, Irene não trabalha mais em seu comércio por conta da idade e de problemas de saúde, mas deixou seu herdeiro à frente cozinha da “Caldeirada da Irene” para dar segmento ao negócio. “Vem gente de todos os cantos do mundo. Já atendi gente da China, Estados Unidos, Amazonas e do Rio de Janeiro. São pessoas que passam por aqui só para provar o prato que criei. É muita felicidade”, diz ela.
Alberto Luís, 49, toma conta do negócio e hoje é o responsável pela caldeirada. Ele diz que aprendeu toda a receita e o gosto é o mesmo; continua saboroso. “Minha mãe dava a receita para quem pedisse, no começo do sucesso. Ela nunca foi mesquinha e apesar de muita gente ter criticado a comida no início, depois viram que dava certo. Agradava tanto que começaram a fazer também. Hoje, todos bares aqui servem caldeirada”, conta o herdeiro do comércio.
Serviço
Praça Agagenon Magalhães - 8 - Espinheiro, Itapissuma
Das 9h às 18h
Preço varia entre R$ 15 e R$ 90
(81) 3548-1347