Escassez de baunilha coloca sorveterias em risco
Devido a um tufão em Madagascar, os preços do produto subiram
O ciclone Enawo, que atingiu Madagascar em março deste ano, além de ter devastado o país africano, também criou uma grande crise no mercado de exportação de baunilha.
Madagascar é o maior fornecedor de baunilha do mundo e praticamente toda sua renda é derivada da venda do produto. Contudo, segundo relatou o jornal "Financial Times", o tufão destruiu toda a produção de baunilha de Madagascar, que precisou aumentar os preços da especiaria para US$ 600 o quilo, fazendo muitas empresas desistirem de comprar o produto.
Um dono de uma sorveteria em Boston disse ao jornal "Boston Globe" que os sacos de baunilha costumavam custar US$ 72. Pouco depois do ciclone, o preço aumentou 344%, para US$ 320. Já em Londres, a gigante do mercado sorveteiro Oddono's teve que retirar os gelatos de sabor baunilha do menu devido ao aumento do preço da matéria-prima.
Os comerciantes globais da especiaria acreditavam que em 2017 a colheita de baunilha seria 30% superior a de 2016, mas o tufão cortou pela metade a produção. Com isso, os casos de roubos do produto dispararam em Madagascar e, com medo, os agricultores foram pressionados a colherem o que havia sobrado, mesmo que ainda as plantas que originam a baunilha não estivessem maduras.
Atualmente, mesmo que a Indonésia e Papua Nova Guiné também sejam produtores da especiaria, nenhum país consegue substituir a baunilha "malgaxe".