'Alien: Covenant' frustra fãs com roteiro mal resolvido

Novo capítulo da saga da famosa criatura alienígena estreia no Brasil nesta quinta-feira (9)

por Geraldo de Fraga qua, 10/05/2017 - 14:05
Divulgação O filme é a continuação de Prometheus e faz a ponte com o clássico de 1979 Divulgação

Se em 'Prometheus' a origem da famosa criatura já não tinha sido satisfatória para os fãs, sua evolução em 'Alien: Covenant' soa como algo extremamente desnecessário. Bem verdade que essa moda/urgência de Hollywood em explicar tudo nos mínimos detalhes, mesmo que seja uma história iniciada lá nos anos 1970 (como Star Wars, por exemplo) é mais uma busca por dinheiro do que uma forma de preencher lacunas ou elucidar fatos que, por ventura, tenham ficado vagos.

Os eventos de Alien: Covenant se passam alguns anos após o que aconteceu em Prometheus. Uma nave cuja missão é a colonização de um planeta distante é atingida por uma tempestade durante a viagem e sua tripulação é despertada para reparar os danos ao veículo. Em meio aos trabalhos, eles recebem um sinal de um outro planeta, e mesmo sem todos concordarem, o capitão resolve investigar a origem da transmissão (plot que lembra o filme original). Chegando lá, se deparam com um ambiente hostil, onde finalmente se inicia tão esperada luta pela sobrevivência.

O problema principal é que o roteiro não se aprofunda em nada, deixando tudo superficial. Nomes como Katherine Waterston, Billy Crudup e Michael Fassbender, que encarna um novo andróide e repete o papel de David, replicante do filme anterior, não são suficientes para desengessar a trama. É visível o esforço de Fassbender para interpretar dois seres iguais, mas de personalidades distintas, porém com diálogos bregas, evocando poesias e música clássica só para soar profundo, fica difícil. As motivações dos seus personagens também são bem questionáveis.

Katherine Waterston, que, teoricamente, assume o papel de protagonista que um dia foi de Sigourney Weaver, não convence como heroína, em grande parte por não ter um arco bem definido. Havia ainda, tanto no filme original, quanto em suas três continuações, um ambiente metálico e claustrofóbico, que combinava perfeitamente com o visual da criatura, algo que não se vê dessa vez. A impressão que fica é que Ridley Scott quer fazer algo novo, mas que, por questões comerciais, não se desprende do passado glorioso. E assim, vai tudo para o buraco.

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