Brigada da Hora, um coletivo de artistas pela democracia

Grafiteiros e artistas plásticos se uniram para levar aos muros do Recife e Olinda uma arte que fala em favor da democracia e da diversidade

por Paula Brasileiro seg, 20/06/2016 - 16:49
Reprodução/Facebook A primeira ação da Brigada foi no Cinema Duarte Coelho, em Olinda Reprodução/Facebook

Um grupo de artistas plásticos e grafiteiros pernambucanos está atuando para transformar a paisagem urbana, no Recife e em Olinda, usando sua arte como modo de protestar pela democracia no País. A Brigada da Hora, idealizada pela fotógrafa Amélia Couto e pelo artista plástico Raul Córdola, já conta com 30 integrantes e realizou nesse domingo (19) sua primeira ação. Eles pintaram a fachada do Cinema Duarte Coelho, em Olinda, desativado desde a década de 1980.

Inspirados na Brigada Portinari, de 1982 - que usava os muros da capital pernambucana para a divulgação de propagandas políticas - Córdula e Amélia convocaram os artistas para colocarem seus desenhos nas ruas como um grito de defesa aos princípios democráticos e respeito à diversidade. A Casa do Cachorro Preto, local que abriga exposições e eventos culturais em Olinda - foi escolhida como 'quartel general' da Brigada e lá, nomes como Demétrio Albuquerque (autor do monumento Tortura NUnca Mais), Paulo do Amparo (artista plástico e músico), Bozó Bacamarte (grafiteiro), João Lin (ilustrador e designer) e Raoni Assis (artista plástico e coordenador da Casa do Cachorro Preto), se juntaram a diversos outros entusiastas da idéia, de diversos segmentos, convocados através de um post no Facebook, no início do mês de junho, e traçaram as primeiras diretrizes do projeto. 

Neste momento, foi escolhido o nome do coletivo, que homenageia o artista Abelardo da Hora. A cor vermelha também foi eleita como símbolo do movimento. No domingo (19), a Brigada da Hora realizou sua primeira ação no Cinema Duarte Coelho, equipamento cultural abandonado no bairro do Varadouro, em Olinda. A fachada do local foi pintada e recebeu a inscrição do nome do grupo. No Facebook, o ilustrador João Lin comemorou o início dos trabalhos: "Nossa primeira ação. Por que não é possível separar arte de política, por que fazer arte é refletir/interferir nas questões do nosso tempo, por que não somos uma ilha e acreditamos que o coletivo é motor de mudanças, por que o espaço público deve ser ocupado... e é isso que estamos fazendo". 

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