Cultura pernambucana de luto com a perda de Manuel Eudócio
Ceramista tinha mais de 70 anos de dedicação à arte do barro. Seu legado será perpetuado pelos filhos, todos atuantes na profissão
A cultura popular pernambucana perdeu um de seus mestres no último sábado (13). O ceramista Manuel Eudócio faleceu, aos 82 anos, vítima de complicações do vírus da Chicungunha. Ele estava internado no hospital Mestre Vitalino, em Caruaru.
Manuel Eudócio era discípulo do Mestre Vitalino e retratava o cotidiano e os folguedos populares de sua terra, como o maracatu, o reisado e o boi, desde os oito anos de idade. Este último, inclusive, se tornou um dos ícones de sua obra. As peças revelam o gestual de cada brincante e a riqueza cultural desta manifestação popular.
Embora já com idade avançada, o artista começava a trabalhar diariamente às 5h em seu ateliê no Alto do Moura, em Caruaru. O mestre foi reconhecido como Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2005 e foi o homenageado do São João de Caruaru em 2015. Seu legado será perpetuado pelos nove filhos que deixou, todos atuantes na arte de modelar com o barro.
Memorial
O prefeito de Caruaru, José Queiroz, anunciou na ocasião do velório do ceramista Manuel Eudócio, no último domingo (14), que irá esenvolver de imediato um projeto para a criação de um espaço para preservação da obra do mestre. O Memorial Manoel Eudócio deverá funcionar no próprio ateliê do artista, no Alto do Moura. O objetivo é preservar o acervo e ahistória do mestre que imortalizou a arte do barro divulgando o ofício e a cultura pernambucana por todo o Brasil e o mundo.
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